Londrina

Frio antecipado preocupa entidades assistenciais de Londrina

10 abr 2003 às 08:37

A tendência de que as temperaturas médias caiam gradativamente até o início do inverno, em junho, já está preocupando as entidades que prestam atendimento a crianças e idosos.

No Lar Anália Franco de Londrina, localizado no Jardim Brasília (zona leste) frio é sinônimo de problemas. São 230 crianças atendidas e educadas pela entidade a cada dia. Os internos, que vivem nas cinco casas lares do local, são 87.


No inverno rigoroso, não há cobertores em número suficiente para aquecer a meninada. Até a comida, que já não é suficiente para a demanda, começa a preocupar. ''Se o frio chegar mais cedo, vai nos trazer um problema sério'', comenta Waldir Piedade, presidente da instituição.


A preocupação de Piedade não é à toa. A informação de que o frio pode chegar com força e mais cedo, já está alterando o calendário da solidariedade. O Programa de Voluntariado do Paraná (Provopar) de Londrina vai antecipar a sua campanha do agasalho.


A mobilização normalmente iniciava-se em maio, coincidindo com o Dia das Mães, mas deverá ser agendada para o último fim de semana de abril.


O Provopar já está contatando seus tradicionais parceiros para agilizar a campanha de 2003. Em parceria com a assistência social do município, deve finalizar na próxima semana um mapeamento da população necessitada de Londrina.


''Dá para dizer que mais de 10 mil famílias são carentes, e precisam de vestuário para se proteger do frio'', lembra Lenir Candida de Assis, gerente do Provopar Londrina.


O mapeamento vai fornecer uma meta de arrecadações para ser alcançada. Ano passado, foram arrecadados 3,9 mil cobertores e 16 mil agasalhos. Lenir ressalta que, embora toda a demanda tenha sido atendida, quase não houve frio no ano passado. '


'Se essa previsão for confirmada, teremos que arrecadar mais'', diz a gerente do Provopar. Segundo ela, os cobertores têm uma utilidade muito maior para famílias pobres. Quando o clima não é frio, viram colchão ou até mesmo uma divisória.


Outras entidades também estão preocupadas com o frio antecipado. No Asilo São Vicente de Paulo, onde vivem 120 idosos, a necessidade principal são as blusas.


No Lar das Vovozinhas, onde vivem 30 senhoras carentes, não é só roupa que vai faltar. ''No inverno, o consumo de alimentos também é maior, e até as fraldas geriátricas são mais necessárias'', frisa Maria Júlia Dutra Barros, presidente da Sociedade Espírita de Promoção Social, mantenedora do local.


No Albergue Noturno, também mantido pela sociedade com ajuda da administração municipal, as roupas e comida sempre são importantes. ''Semana passada passaram aqui cinco crianças de mamadeira, e o leite que tínhamos esgotou-se'', conta a presidente.

Quem chega da rua às 18 horas, normalmente com vestimentas sujas e até mesmo molhadas, precisa se trocar para passar a noite. ''A doação sempre é importante, pode ser de uma camiseta a um moletom velho'', afirma Maria Júlia.


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