Pessoas que trabalharam como fiscais de prova no concurso da Secretaria Municipal de Saúde acusam a empresa MS Concursos, do Grupo Sarmento, de Campo Grande (MS), de não ter pago pelos serviços prestados. No primeiro concurso, no dia 22 de dezembro, cerca de 500 fiscais foram contratados. Alguns deles trabalharam novamente na aplicação das provas dos dias 6 e 12 de janeiro, que foram realizadas em função dos problemas com cadernos de provas e plágio de questões. Os fiscais de sala deveriam ter recebido R$ 140 e os fiscais de corredor R$ 120 pelo dia de trabalho no primeiro concurso. Já nos demais concursos, os valores foram de R$ 70 e R$ 60, respectivamente.
Henrique (nome fictício), que trabalhou como fiscal de sala em duas ocasiões, comentou que a empresa havia se comprometido a pagar o valor no dia 31 de dezembro, tendo adiado para 6 de janeiro e, novamente, para 15 de janeiro. "Mas nada foi pago até agora." Ele diz ainda que, nos dias da prova, os contratados não receberam nem lanche no período. "Alguns levaram comida de casa, pois a coordenação, por questões de segurança, proibiu a entrada de alimentos ou a saída dos fiscais para comerem fora do local." Segundo ele, um grupo chegou a ligar à coordenação da empresa, que alega não ter efetuado os pagamentos por ainda não ter recebido da Prefeitura de Londrina. Os contratados não teriam assinado qualquer documento ou contrato, apenas uma lista de presença.
De acordo com Paulo Moura, diretor de licitações da Secretaria Municipal de Gestão Pública, toda a responsabilidade em contratar pessoas, locar espaço, bem como coordenação do concurso, é da empresa. "O pagamento pelo trabalho prestado, portanto, é do Grupo Sarmento", esclareceu. Ele explica que o pagamento à empresa está sendo feito de forma parcial, conforme a validação dos serviços prestados do contrato firmado. "Neste momento, há apenas uma nota no valor de R$ 70 mil da empresa a ser paga", declarou.
O valor total do contrato foi de R$ 215 mil para até 10 mil candidatos e o restante proporcional ao número extras de inscritos.
A reportagem entrou em contato com a empresa, mas não conseguiu falar com a direção. No entanto, recebeu a informação de uma funcionária – que não quis se identificar - de que, realmente, a firma estava aguardando o repasse da prefeitura para, então, realizar os pagamentos. Indagada sobre a responsabilidade, caso a prefeitura não fizesse o pagamento, a funcionária disse que o Grupo Sarmento vai honrar com os compromissos. "Não vou precisar uma data, mas, no máximo na próxima semana, iremos efetuar os pagamentos dos fiscais", garantiu.