A falta de chuva em Londrina e na região tem trazido consequências para a agricultura e para a saúde da população. Nos meses de junho e julho, a precipitação registrada foi abaixo do esperado e as previsões para as próximas semanas não são diferentes.
De acordo com a meteorologista Angela Beatriz, do IDR-PR (Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná), eram esperados 68 milímetros de precipitação para o município em julho. Contudo, Londrina só teve 18 milímetros de chuva, o que coloca a região em um déficit de, aproximadamente, 50 milímetros.
"Os meses de inverno são menos chuvosos, mas tivemos menos precipitação do que esperávamos. Durante o mês de julho tivemos algumas interferências no clima decorrentes de um ciclone extratropical que passou pelo Paraná, mas esse fenômeno interferiu mais na temperatura", explica.
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O ciclone extratropical ao qual a meteorologista se refere trouxe impactos para Londrina e para a região. Além de ventos fortes, o município registrou sua manhã mais fria do ano em 14 de julho, quando os termômetros marcaram 6,5ºC.
Os meteorologistas projetam que o mês de agosto irá apresentar um cenário semelhante, já que não existem previsões de chuva para Londrina e para a região. "Algumas cidades do Sul e do Centro-Sul do Paraná podem ter um leve nevoeiro pela manhã, mas não temos nada de precipitação para Londrina, pelo menos, pelos próximos quinze dias", aponta Beatriz.
A expectativa dos especialistas do IDR-PR é que os próximos dias na cidade não tenham alterações significativas no clima. Conforme explica Beatriz, as manhãs londrinenses serão frias e a expectativa é que as temperaturas aumentem com o passar das horas. "No próximo sábado esperamos uma temperatura máxima de 28ºC com uma presença intensa do Sol. Essa temperatura é, inclusive, considerada alta para o mês de agosto, já que ainda estaremos no inverno."
A falta de chuvas impacta, também, na produção agrícola da região. O tempo seco e mais quente do que o esperado para uma estação fria prejudica o desenvolvimento de algumas culturas. "As hortaliças e as árvores frutíferas são as que mais sofrem com a falta de chuva, porque precisam de muita água. Esse cenário prejudica, além da germinação e do crescimento da planta, sua qualidade", pontua a meteorologista.
Outro aspecto negativo da falta de chuvas para o setor consiste nos prejuízos para as pastagens de gado, o que faz com que os pecuaristas tenham de fazer suplementações para manter o gado bem alimentado e saudável.
A saúde da população também sofre impactos com o tempo seco. O sistema respiratório é o que mais apresenta problemas nesse cenário climático, com quadros de rinite alérgica, desconforto para respirar, coriza e crises de asma.
Além disso, é importante destacar sintomas que atingem todo o corpo, como dores de cabeça, garganta seca e irritada e sensação de areia nos olhos, que causa vermelhidão e irritação. Para amenizar as condições, especialistas da área recomendam umidificar os ambientes internos com equipamentos, além de aumentar o consumo diário de água.
Isis Silveira é mãe de duas crianças, de 3 e 7 anos, e conta que o tempo seco traz desconforto para os filhos. "Quando a gente fica muito tempo sem chuva, dá para perceber que eles [os filhos] ficam com mais dificuldade de respirar, sem falar que o nariz escorre toda hora. Meu menor ainda tem asma, então fico mais preocupada", conta.
A dona de casa explica que, apesar de não conhecer muitas formas de aliviar os sintomas causados pelo tempo seco, investe em técnicas caseiras. "Minha mãe dizia que era bom deixar uma bacia com água no quarto, além de algumas toalhas molhadas. Não sei se realmente ajuda, mas faço. Nessa hora tudo que pode melhorar a situação das crianças é bem-vindo."
A doutoranda em matemática Fernanda Rocha, por outro lado, não tem o costume de umidificar a casa, mas conta que toma outros cuidados para prevenir condições que afetam o sistema respiratório. "Aqui em casa nos hidratamos muito sempre, independente das condições climáticas, então apenas continuamos", finaliza.