O vai e vem de pessoas é intenso, porém as faixas de pedestres estão distantes, a cerca de 300 metros da rotatória do trecho do Arco Leste (Lote 5), na avenida Waldemar Spranger, zona sul de Londrina. Localizada entre as vias Bélgica, Waldemar Spranger, Dinamarca e Albânia, a obra foi entregue à população no início deste ano. O tráfego de veículos é intenso e ameaça a caminhada de muita gente.
A Rua Bélgica é uma das principais vias da região e tem um grande fluxo de pedestres, que são obrigados a caminharem pela rua ou pelo gramado da grande rotária instalada no local. Quem usa cadeiras de rodas, está com carrinho de bebês, ou mesmo as pessoas que utilizam bengalas e andadores, todas esquecidas por quem projetou ou por quem executou as obras, sofrem para caminhar pelo trecho cuja acessibilidade é igual à nota de R$ 3, ou seja, não existe.
"Para o motorista de carro ficou muito bom, mas para o pedestre a situação se complicou", disse a comerciante Shirlei Takahashi, após deixar a rua Bélgica e atravessar sobre a rotatória. "Passo por aqui ao menos três vezes por semana até o Lago Igapó, onde realizo a minha caminhada em volta do lago", relatou.
Em parte do trecho, o pedestres precisa acelerar os passos para não ser atingido pelos veículos. "As faixas (localizadas na avenida Waldemar Spranger e rua Bélgica) ficam muito distantes da rotatória. Se a pessoa não tiver condições de correr, ela pode ser facilmente atropelada ao atravessar", avaliou o aposentado Waldir Neri, que caminhava pela Waldemar Spranger em direção à rua Bélgica.
Para a auxiliar de serviços gerais, Fátima da Silva, os responsáveis pelo projeto da obra só se preocuparam com o tráfego de veículos. "A faixa mais próxima fica a uns 200, 300 metros. A pessoa não vai andar tudo isso para atravessar. Esqueceram da gente (pedestres) quando projetaram esta obra", lamentou Fátima. A reportagem registrou a situação por volta das 16 horas. Porém, segundo os moradores da região, o problema se agrava ainda mais no início da manhã e no fim da tarde de cada dia.
Outros trechos liberados
No início de janeiro, a prefeitura liberou a passagem do trecho do Arco Leste, na avenida Waldemar Spranger. A ação permite que o ponto ligue a rodovia PR-445 até a barragem do Lago Igapó, zona sul. Já no primeiro dia de fevereiro, o município entregou o trânsito na avenida das Américas até o cruzamento com a rua Charles Lindemberg. A obra faz parte do Lote 4 do projeto Arco Leste. O trecho fica no Vale do Cambezinho, zona sul. Segundo divulgação da prefeitura, o próximo trecho a ser iniciado do Arco Leste será o Trecho 1, que compreende a ligação da avenida dos Pioneiros, nas proximidades da Universidade Tecnológica Federal (UTFPR), região leste, até a marginal sul da BR-369.
Todos os trechos somados representam um investimento de cerca de R$ 15 milhões do município, com financiamento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), através do Programa Pró-Transporte. No entanto, antes os técnicos municipais trabalham para finalizar as desapropriações de terrenos na região. A obra deverá ligar as rodovias BR-369 e PR-445.
CMTU encaminha reclamações ao Ippul
A reportagem encaminhou as queixas dos pedestres para a CMTU (Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização), responsável pela execução a readequação das sinalizações urbanas de Londrina. Sobre a instalação de redutores de velocidade e a aproximação de faixas de pedestres até a rotatória da avenida Waldemar Spranger, no trecho do Arco Leste, a assessoria de comunicação da CMTU respondeu que "as reclamações dos moradores serão encaminhadas para o Ippul (Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Londrina) para avaliação. Qualquer mudança na faixa ou instalação de redutor de velocidade depende de estudo feito pelo Ippul", adiantou a companhia.