Duas grandes empresas que tiveram terrenos doados em gestões passadas pela Prefeitura de Londrina, terão as posses retomadas pelo poder público por não estarem cumprindo com o que está previsto na lei de doação. Uma delas, a TMT Memory Group, não chegou sequer a entrar em funcionamento, já a Couroada Indústria e Comércio de Couros, funcionou por alguns anos, mas acabou suspendendo as atividades por problemas financeiros.
De acordo com o presidente do Instituto de Desenvolvimento de Londrina (Codel), Bruno Veronesi, a lei dá respaldo para que os terrenos sejam retomados caso a empresa não cumpra com o que foi estabelecido. "Estas empresas não respeitaram o que estava previsto na lei de doação, causando um dano representativo ao erário que não pode ocorrer. Por este motivo, entramos com a solicitação de retomada de posse e vamos ter estes terrenos de volta".
O terreno da empresa TMT tem 100 mil m² e foi doado na gestão Barbosa Neto. A promessa da empresa, especializada em artigos de computadores como pen drives e memórias RAM, era gerar até 10 mil empregos até 2019, com a empresa já em funcionamento. A previsão é de que fossem investidos R$80 milhões em Londrina, o investimento, no entanto, não ocorreu; a empresa sequer foi construída. Por este motivo, no ano passado a administração pública ajuizou uma ação solicitando a retomada da área. O juiz determinou a reintegração de posse em maio deste ano e o terreno já retornou à Prefeitura.
Já o terreno de 363 m² doado à empresa Couroada, que produzia e exportava couro pré-acabado para a Ásia e a Europa, está em tramitação judicial para retornar à Prefeitura. O poder público ajuizou uma ação em agosto deste ano solicitando a retomada da posse, haja vista que a empresa não está mais operando. "A empresa chegou a funcionar em Londrina, gerando cerca de 500 empregos, no entanto, com a crise no mercado internacional ela acabou tendo dificuldades financeiras e precisou fechar", explicou o economista e servidor da Codel, Rubens Bento.
A Couroada Indústria e Comércio de Couros recebeu o terreno da administração pública durante a gestão Nedson Micheleti, em 2007, e previa gerar mais de 1 mil empregos formais na cidade. Como neste caso a ação foi ajuizada recentemente, a posse do terreno ainda não retornou à Prefeitura de Londrina.