Após quase três horas de discussão, a Câmara Municipal de Londrina aprovou em primeira discussão o projeto de lei 124/2013, que obriga a devolução de crédito ou troco em dinheiro nos parquímetros da Zona Azul em relação ao minutos não utilizados pelo usuário.
A matéria foi aprovada com votos de 10 vereadores. Oito parlamentares se manifestaram contra o projeto. O único que não votou foi o vereador Gaúcho Tamarrado (PDT) que estava ausente do plenário.
O autor do projeto, Mario Takahashi (PV), argumentou que o decreto municipal que regulamenta o estacionamento rotativo afirma que a administradora "só poderá cobrar pelo minuto utilizado". O vereador garantiu que vai aguardar a manifestação do Executivo sobre um novo decreto antes que o projeto seja votado em segunda discussão.
O coordenador da Zona Azul, Wellington Marcate, respondeu que o novo sistema atende o decreto, já que o usuário pode adquirir o crédito minuto a minuto no parquímetro a partir de meia-hora.
Marcate lembrou que em 2011 a Epesmel participou da licitação com outras entidades para explorar o estacionamento rotativo. O contrato com duração de 10 anos se encerra em 2021.
Sobre o antigo sistema de bótom, com custo de R$ 8,00 para adesão, ele lembrou que os equipamentos apresentavam vários problemas técnicos, desde manutenção até falhas no atendimento. "Se a pessoa não comprasse bótons, tinha que usar o antigo sistema com papéis. O usuário só recuperava tempo, pois não tinha opção e era obrigada a colocar o tempo máximo na vaga", explicou. "Tivemos que reincidir o contrato com a antiga empresa por falta de manutenção", acrescentou.
Os atuais parquímetros de uma empresa do Rio Grande do Sul são utilizado em 45 cidades com cerca de 2 mil aparelhos instalados em mais de 50 mil vagas.
De acordo com a Epesmel, apenas 18% dos usuários aderiram os bótons, sendo que mais de 80% continuavam com a marcação das horas nos blocos sem direito a troco. Atualmente, a cidade tem 85 parquímetros com 70 colaboradores responsáveis pelo atendimento dos motoristas. Mais de 15 funcionários devem ser contratados para que os usuários recebam auxílio em todos os equipamentos.
O diretor da Epesmel, Padre Carlos Wesler, afirmou que a maior fonte para manter os projetos sociais da entidade é a Zona Azul. "Não dá para desligar uma da outra. Se existe um problema na Zona Azul, metade dos programas tem que fechar", declarou.
A Epesmel atende 1.200 crianças e adolescentes por mês e beneficia indiretamente 6 mil pessoas entre familiares e comunidade. A entidade tem 140 colaboradores e funcionários e aproximadamente 60% dos recursos da Zona Azul vão para folha de pagamento da Epesmel.