Londrina

Em Londrina 28 mil pessoas vivem com R$ 2,00 por dia

18 jun 2003 às 20:28

A região da cidade de Londrina possui, atualmente, cerca de 6,5% de sua população vivendo abaixo da linha de pobreza determinada pelo programa Fome Zero do governo federal.

Os dados, fornecidos pelo Instituto Agronômico do Paraná (Iapar), mostram que são mais de 28 mil habitantes que sobrevivem com menos de um quarto do salário mínimo (R$ 60,00) por mês. Essas pessoas vivem com R$ 2,00 por dia, sendo que só uma passagem de ônibus urbano custa em Londrina R$ 1,60.


Outro dado que impressiona é que aproximadamente 95% dessas pessoas moram na área urbana. São, na maioria das vezes, catadores de papel, vendedores ambulantes e outros trabalhadores informais que moram em favelas, terrenos ocupados e assentamentos.


De acordo com um estudo realizado por alunos de direito e pelo professor João Batista Filho, da Universidade Norte do Paraná (Unopar), 56% dos moradores dessas localidades vivem do trabalho informal, apenas 15% possui carteira de trabalho assinada e 83% são semi-analfabetos.


O estudo mostra que outro problema enfrentado por essas pessoas é a falta de cidadania: 71% não possui registro de nascimento e 84% não possui carteira de identidade. São pessoas que simplesmente não existem para o governo. Para aquelas que estão cadastradas nos órgãos governamentais, existem vários programas que tentam ajudar e melhorar a condição dessa parte da população.


De acordo com a Secretaria Municipal de Ação Social, cerca de 12 mil famílias recebem algum tipo de auxílio do governo, como bolsa-escola ou vale-gás. Todos os meses são cerca de três mil cestas básicas distribuídas na cidade.

Mas, apesar dos esforços, o problema parece distante de diminuir. O professor Batista afirma que todos os dias, são várias as famílias que chegam de regiões próximas à cidade e do campo, em busca de oportunidades. ''No campo a situação é ainda pior. As pessoas não têm nenhum tipo de ajuda no campo. Não tem cesta básica, não tem vale-gás. São pessoas que chegam, na maioria das vezes, sem nada'', afirma.


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