Dezembro, mês do Natal, de festas, presentes, preparo de ceias, simpatias e muitas expectativas para o novo ano. Por onde anda o espírito de Natal? Será que com os últimos fatos que vêm acontecendo no mundo perdeu-se o que comemorar? Quase não se vêem enfeites, luzes, generosidade, amor, perdão, união e, acima de tudo, troca. Hoje, Natal parece ter se transformado em apenas mais uma obrigação familiar.
Opiniões da própria população revelam que o verdadeiro espírito de Natal tem escorrido pelos dedos, apesar de toda a tradição cristã mundial. As pessoas têm questionado, lamentado, mas o fato é que a cultura está sendo repaginada com o passar dos anos. As infindáveis luzes acesas iluminando a noite nesta época do ano quase não existem mais. Cadê as pequenas lâmpadas presentes nas plantas e árvores das principais ruas e avenidas de cidades, nas fachadas de edifícios, casas, no comércio, já que a luz é o principal símbolo do Natal.
Para o farmacêutico Júnior Cassita, de 43 anos, as luzes nesta época do ano resgatam o espírito de renovação, desenvolvimento e crença. ''Ver uma cidade iluminada é ver pessoas radiantes, cheias de vida, de amor e paz''.
Londrina já foi referência para as cidades vizinhas. ''O centro da cidade era um cartão postal. Sentíamos vontade de passear pelas ruas da cidade para ver a iluminação que existia em residências e prédios. Moro no centro, e, infelizmente, hoje não há encantamento'', relata a nutricionista Daiany Ribeiro, 22.
Moradora de Londrina há mais de 10 anos, a supervisora Cássia Perez, 39, acredita que a iluminação pública depende muito da visão do governo municipal. ''Londrina está carente. É como se as luzes acendessem nosso coração, nosso lado bom. Londrina parece estar triste''.
''Cadê a harmonia que existia em Londrina?'' Esta é uma pergunta da assistente administrativa Sandra Dias, 40, residente na Vila Recreio. ''Infelizmente, as pessoas estão desmotivadas. No bairro onde moro, por exemplo, não tem nenhuma casa enfeitada, parece faltar incentivo. As pessoas estão acomodadas'', revela Sandra.
Já a opinião da gerente comercial Simone Gouveia, 30, o verdadeiro espírito natalino está naqueles que atuam com heroísmo, generosidade, solidariedade e responsabilidade. É o caso dos policiais, bombeiros, enfermeiros, médicos e todos aqueles profissionais que fazem o bem sem olhar a quem, não apenas no Natal, mas o ano inteiro.