O último levantamento realizado pela Secretaria Municipal de Saúde apontou que Londrina registrou, desde o início do ano, 771 casos de dengue, sendo 718 autóctones e 53 importados. Em relação ao balanço semanal divulgado no último dia 19, a cidade confirmou um aumento de três casos autóctones. Esse aumento incomum registrado durante um mês de inverno levantou uma preocupação na Secretaria de Saúde.
De acordo com Sônia Fernandes, gerente de Epidemiologia da secretaria, a confirmação de casos de dengue no inverno pode indicar uma possível alteração do mosquito. Mas ela salientou que esse é apenas um indício e que, para se apontar um dado conclusivo, ainda são necessários estudos científicos aprofundados.
Como fato alusivo, Sônia Fernandes informou que algumas cidades, como Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, e Ponta Grossa, no Paraná, que anteriormente não registravam presença do mosquito, confirmaram casos autóctones de dengue no inverno desse ano.
"O aparecimento do mosquito em outros locais onde não havia registro, indica a possibilidade dele estar sofrendo alguma adaptação característica de seu processo evolutivo", explicou Sônia Fernandes. A gerente de Epidemiologia da Secretaria de Saúde informou que mesmo nessa época de frio o disque-dengue não tem registrado diminuição no número de reclamações quanto à presença do vetor no município.
Segundo Sônia Fernandes, o frio que vêm sendo registrado em Londrina não é o suficiente para matar o mosquito, pois seria necessária uma temperatura constante de aproximadamente 5 °C. A gerente de Epidemiologia afirmou que apenas o ciclo de reprodução do Aedes aegypt é alterado, pois enquanto no verão a transição de ovo à alado demora cinco dias, no inverno esse prazo se estende para 10 a 15 dias.
Em 2007 foram registradas 3.190 notificações de dengue na cidade, das quais 2.314 foram descartadas e apenas 105 estão em andamento aguardando resultado de sorologia. O Levantamento do Índice Rápido do Aedes (Lira) realizado mês passado apontou índice de 0,2%, bem abaixo do recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), que é de um máximo de 1%.
Prefeitura de Londrina