Londrina

Comitê pode discutir 'redução política' da tarifa

18 jun 2003 às 18:50

Num encontro amistoso mas sem trocas de gentilezas, o presidente da Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização (CMTU) e representantes do Diretório Central dos Estudantes (DCE) da Universidade Estadual de Londrina (UEL) conversaram no início da tarde desta quarta-feira.

Eles cogitaram a criação de um comitê para discutir o retorno da tarifa dos atuais R$ 1,60 para o antigo preço, R$ 1,35. Seria uma saída política para o impasse formado em torno do reajuste ocorrido em 1º de junho. Mas mesmo que a iniciativa faça avançar o diálogo, dificilmente o reajuste será desfeito politicamente.


Como o próprio prefeito Nedson Micheleti (PT) já afirmou durante encontro com os estudantes na semana passada, a tarifa foi majorada por uma decisão técnica e não política. O prefeito disse ter plena convicção da correção das planilhas que apontam que as empresas estariam operando em déficit financeiro. A mesma convicção foi demonstrada ontem pelo presidente da CMTU, Wilson Sella, que reafirmou sua confiança nos cálculos.


Os detalhes da planilha estão sendo analisados pelo Ministério Público. Na próxima semana, deverá ser criada uma comissão na Câmara de Vereadores para analisar a planilha.


O comitê seria formado por representantes dos estudantes, CMTU, Ministério Público, Associação Comercial e Industrial de Londrina (Acil) e sociedade civil organizada. Os estudantes também exigiram a participação de representantes das duas empresas que operam o transporte coletivo - uma forma de garantir que não exigirão recompensas posteriores do município caso a tarifa seja rebaixada.


As partes também conversaram sobre as responsabilidades pelos acontecimentos ocorridos no Terminal Urbano no último dia 13 de junho, quando dois ônibus foram depredados e um manifestante foi atropelado.


Sella afirmou que a coordenação de toda a ação foi da Polícia Militar, que em nenhum momento teria usado de truculência. Já os estudantes dizem que a CMTU não controlou a entrada de passageiros do terminal e a PM teria agido de forma violenta.



Sella preferiu abrandar o discurso de que o movimento dos estudantes estaria sendo usado politicamente por outros grupos e declarou que as insinuações teriam partido da imprensa. Depois ponderou que o próprio prefeito pediu a apuração rigorosa dessa possível vinculação.


O representante do DCE, Rafael Morais, o ''Português'', pontuou que essa infiltração não existe e que o ''movimento não está servindo de palanque político para ninguém''.

Após a saída de Sella, os estudantes discutiram o posicionamento a ser tomado em relação a um informativo do Partido de Trabalhadores (PT), do dia 16 de junho, que defende ''a mobilização, mas com responsabilidade'', e critica uma ''parcela do movimento'' e o promotor de Defesa do Consumidor, Miguel Sogayar, por estarem se negando a ouvir e discutir as argumentações que resultaram no reajuste.

A Secretaria de Comunicação do PT argumentou que o informativo era dirigido apenas à militância local, de cerca de 1700 filiados, e que tinha o interesse de informar sobre os acontecimentos envolvendo o transporte coletivo em Londrina.


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