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Familares na bronca

Com superlotação de UTIs em Londrina, paciente do HZN não consegue ambulância para hospital de fora

Guilherme Marconi - Grupo Folha de Londrina
01 nov 2023 às 19:04

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Familiares do aposentado Venâncio Fabiano - Guilherme Marconi/Grupo Folha de Londrina
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Os familiares do aposentado Venâncio Fabiano, de 84 anos, que foi internado em estado grave no HZN (Hospital Zona Norte de Londrina) na última quinta-feira (26), estão revoltados com a demora na transferência do paciente que necessita de um leito de UTI (Unidade de Terapia Intensiva). O idoso está intubado no hospital secundário e aguarda a transferência desde o início da semana.  


As filhas tentam, sem sucesso, uma transferência para um leito de UTI (Unidade de Terapia Intensiva). A informação repassada preliminarmente pelo hospital é que não havia vaga em Londrina pela Central de Leitos da Secretaria Municipal de Saúde de Londrina, mas o idoso foi referenciado para uma vaga de UTI no hospital em Ivaiporã. Entretanto, os parentes esbarraram em outro problema: a falta de ambulância do SAMU. Mas até o final da tarde desta quarta-feira (1º) as filhas aguardavam o transporte do paciente para o município, que fica a cerca de 160 km de Londrina. 

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"Para mim já foi um choque saber que não tinha transferência para hospitais daqui porque não tínhamos como acompanhá-lo em um município tão distante. Mesmo assim, meu irmão foi de madrugada até Ivaiporã para esperar meu pai lá, mas agora estamos esperando uma resposta do SAMU. Primeiro foi a falta de vagas em UTI, depois a falta de ambulâncias", reclama a filha Maria Lurdes Fabiano, cuidadora de idosos.

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Segundo ela, o boletim médico mostra que o quadro do idoso é critico. "Os batimentos cardíacos dele estão caindo, meu pai está muito inchado, os rins não estão funcionando adequadamente. A respiração está muito fraca. Ele foi entubado no quarto dia e precisa urgente de uma UTI. Já choramos, oramos, pedimos. Fico indignada pelo pouco caso do poder público com o idoso."  De acordo com a filha, no HZN outros pacientes internados no hospital também demoraram para conseguir transferência para um leito de UTI em Londrina e região. 

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A coordenadora do Centro de Direitos Humanos de Londrina, Maria Giselda de Lima Fonseca, acompanhou o caso. "Quando fomos acionados, a gente procurou os responsáveis do hospital para a resolução imediata do problema. Segundo a família, essa vaga em Ivaiporã foi liberada há três dias. Não estamos questionando aqui falta de médico, mas a falta de transporte", cobrou. 


Procurada pela reportagem da FOLHA, a diretora da 17ª regional de saúde, Maria Lúcia Lopes, informou que o regulamento da central de vagas é feito pela Secretaria Municipal de Saúde. Segundo ela, a transferência para outro município tem apoio do Estado, mas a execução do trajeto é operada pelo SAMU de Londrina. 

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"Estamos enfrentando condições de superlotação em UTI's em hospitais que atendem pelo SUS em Londrina e nestes casos a central de leitos faz a regulação e alguns acabam transferidos para outras cidades como Arapongas, Apucarana e Ivaiporã que tem leitos específicos na nossa macrorregião. O paciente em questão está sendo assistido pela equipe médica do HZN com todos os cuidados necessários." 


O secretário municipal de saúde Felippe Machado informou que o paciente do HZN seria transferido na terça-feira (31) ou nesta quarta-feira (1º) por meio do helicóptero do SAMU, mas nos dois dias não foi possível pela falta de condições de voo. Em nota, Machado informou que o paciente seria transferido via terrestre pela ambulância por volta das 19 horas. 

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SUPERLOTAÇÃO


Em nota, O Hospital Universitário de Londrina informou que no final da tarde de quarta-feira (1º) estava com 140 paciente no Pronto Socorro, que tem 73 vagas. Em relação às UTI's, todas não havia vagas disponíveis.  Segundo assessoria do Hospital Evangélico, na manhã de quarta-feira a taxa de ocupação foi de 200%. Dentre esses pacientes, 14 aguardam a disponibilidade de vagas em UT , sendo três destes  intubados. "É importante salientar que, no dia anterior, chegamos a atingir uma ocupação de 300%. Todos os pacientes que aguardam vagas em UTI estão cadastrados na central de leitos, aguardando a busca por vagas em outras unidades" diz a nota do HE. A Folha de Londrina também procurou a Santa Casa de Londrina, mas não obteve resposta. 


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