Os docentes da UEL (Universidade Estadual de Londrina) voltaram a se reunir na manhã desta segunda-feira (30), após a deflagração da greve. Desta vez, o objetivo era votar propostas de atividades para o movimento grevista que foi votado e aprovado por unanimidade na última quarta-feira (25).
Conforme proposto pelo Sindiprol/Aduel (Sindicato dos Professores do Ensino Superior Público Estadual de Londrina e Região) e pela comissão de greve, os próximos passos envolvem a organização de manifestações e apresentações que vão acontecer durante o Paraná Faz Ciência.
O evento, que será sediado no campus da UEL entre os dias 6 e 10 de novembro, integra a 20ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, promovida pela Seti (Secretaria Estadual de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior) em conjunto com outras instituições estaduais.
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Alguns dos docentes que estiveram presentes na assembleia desta segunda-feira se posicionaram a favor das atividades, uma vez que consideram que "é possível aproveitar os holofotes do evento para chamar atenção para a luta que os professores têm na UEL e nas demais universidades estaduais".
Uma nova reunião será realizada na tarde desta segunda-feira para organizar os detalhes, assim como para compor um grupo de trabalho que será responsável pelas ações. De acordo com a comissão de greve, as atividades vão incluir a elaboração de uma carta, que será lida aos participantes do evento durante as apresentações.
A realização de reuniões nos nove centros da UEL também foi aprovada e os encontros estão previstos para acontecer na terça (31) e na quarta-feira (1º). O objetivo é recompor o comando de greve.
Além das atividades citadas, os docentes aprovaram a realização de uma nova assembleia na próxima quarta-feira, que servirá para avaliar o que foi estruturado. A votação também foi favorável à ocorrência dos eventos previstos até 13 de novembro.
FALTA DE ADESÃO
Apesar da deflagração da greve, muitos docentes não aderiram ao movimento nesta segunda-feira. Centenas de carros foram vistos nos estacionamentos do campus, assim como professores e alunos nas salas de aula.
César Bessa, presidente do Sindiprol/Aduel, apontou, no início da assembleia, que a UEL foi a primeira universidade a deflagrar o movimento grevista. De acordo com Bessa, a Unioeste (Universidade Estadual do Oeste do Paraná), a Uenp (Universidade Estadual do Norte do Paraná) e a Unespar (Universidade Estadual do Paraná) também realizaram assembleias, mas votaram por manter a suspensão da greve.
A UEM (Universidade Estadual de Maringá) aprovou uma paralisação para a próxima quarta-feira e pela greve a partir do dia 6 de novembro, caso o Governo do Paraná, por meio da Seti, não apresente soluções para as demandas levantadas pelos docentes.
A UEPG (Universidade Estadual de Ponta Grossa) e a Unicentro (Universidade Estadual do Centro-Oeste), por sua vez, ainda não realizaram votações. As assembleias estão previstas para os dias 13 e 14 de novembro.
REPOSIÇÃO SALARIAL E PLANO DE CARREIRA
A greve foi deflagrada pelos docentes da UEL em razão da falta de retorno por parte do Governo do Paraná sobre a proposta do PCCS (Plano de Cargos, Carreiras e Salários), que entrou em pauta em junho, durante a greve de cerca de 40 dias que atingiu as universidades estaduais.
Lorena Ferreira Portes, vice-presidente do Sindiprol/Aduel, ressalta que os docentes estão indignados com a situação. "Esse é um quadro de desrespeito e de negligência. As demandas que estamos apresentando não são recentes, são um problema antigo", aponta.
MANUTENÇÃO DO CALENDÁRIO
Mesmo com a deflagração da greve e a suspensão das aulas na UEL a partir desta segunda-feira, o vice-reitor da Universidade, Airton José Petris, afirmou que o calendário acadêmico será mantido. A informação foi apresentada em uma coletiva de imprensa neste domingo (29).
De acordo com Petris, a administração da UEL está acompanhando o movimento grevista e irá avaliar os próximos passos dos docentes para, então, propor alterações no calendário.