Com os coletores de lixo paralisados desde a noite de segunda-feira (2), Londrina já deixou de tirar das ruas cerca de 600 toneladas de rejeitos e orgânicos domiciliares, calcula a Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização. Na manhã desta quarta-feira (4), a Kurica Ambiental, empresa terceiriza responsável pelo serviço, tenta entrar em acordo com funcionários, que bloqueiam a saída de caminhões do pátio.
A presidente do Siemaco (sindicato da categoria), Izabel Aparecida de Souza, diz que a entidade já pleiteou no Ministério do Trabalho uma audiência para intermediar uma solução para o impasse. "Nenhum dos lados quer ceder. Enquanto isso, os coletores continuam parados na saída do pátio e nós estamos acompanhando a nossa categoria", diz.
Os funcionários decidiram, por conta própria e sem avisar o empregador ou o sindicato da categoria, em protesto contra a demissão de um motorista. Segundo Camillo Kemmer Viana, do departamento jurídico da empresa, as tentativas são de uma solução amigável, mas ele não descarta recorrer ao Judiciário para solucionar o impasse. "Nós temos 140 funcionários e a gestão das equipes é parte do processo para prestar um bom trabalho. A substituição (de um colaborador) não precisa ser por uma falta, pode ser pela reposição por uma pessoa mais qualificada. A gente tem que ter autonomia para isso", recorda. Ele adianta que a readmissão do motorista está fora de questão.
O diretor de operações da CMTU, Odivaldo Moreno, disse que a terceirizada já foi notificada pelo turno não realizado na segunda-feira e que os turnos de terça serão notificados ainda nesta quarta. Por enquanto, não há previsão de aplicação de multa. "Nós pagamos a empresa por tonelada recolhida. Se ela cumprir [a coleta do] volume previsto, não será penalizada. Mas, se a solução não vier, provavelmente haverá penalização, conforme previsto em contrato", adianta.