A Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização (CMTU), em parceria com o Departamento Estadual de Trânsito (Detran), a Polícia Militar e a Escola de Trânsito de Londrina, está definindo a programação da 8ª Semana Nacional de Trânsito, que ocorre entre os dias 18 e 25 de setembro, com o tema "Jovem: paz e amor no trânsito". Entre as principais atividades previstas, estão palestras, passeatas e blitz educativas, com o intuito de orientar os motoristas à prevenção de acidentes e também atentar para o crescente índice de vítimas fatais no trânsito da cidade.
Conforme dados da Secretaria Municipal de Saúde, os acidentes de trânsito ocupam o 2º lugar no ranking de mortalidade por causas externas na cidade, perdendo somente para os homicídios. O fator preocupante é que os acidentes só não são o principal responsável pelos óbitos em virtude do aumento dos casos de homicídio, e não pela queda no número de acidentes. Ao contrário, os índices têm subido significativamente e revelado dados preocupantes, não só pelas mortes, como também pelas lesões decorrentes dos acidentes.
"Registramos uma leve queda no número de óbitos decorrentes de acidentes de trânsito entre os anos de 1998 e 2000, em virtude da implantação do Código de Trânsito Brasileiro (CTB). Porém, desde 2001, os índices voltaram a subir e, hoje, representam um problema de saúde pública gravíssimo para o município", comentou a enfermeira Cristiane Liberatti, responsável pela codificação e identificação dos óbitos no Núcleo de Informação e Mortalidade (NIM), órgão da Secretaria de Saúde.
O número de vítimas no trânsito também tem aumentado em função do crescimento da frota de motocicletas em Londrina, desde 1994. Consequentemente, entre as vítimas, destacam-se os jovens, o que representa um significativo aumento no índice de Anos Potenciais de Vidas Perdidos (APVP), indicador que evidencia os óbitos precoces. Em 2006, a Saúde registrou 147 mortes decorrentes de acidentes de trânsito, somando as vítimas que morreram no local do acidente e as que vieram a falecer posteriormente, tendo o acidente como causa básica.
Cristiane Liberatti também atentou para o fato de que, em velocidade excessiva, os instrumentos de proteção como o capacete e o cinto de segurança não exercem o mesmo papel preventivo registrado em velocidades seguras. "As pessoas se habituaram a usar os instrumentos de proteção, uma vez que a coibição para a falta dos acessórios é a multa. Porém, se não estiverem em velocidade permitida, o grau do choque em colisões ultrapassa os limites de prevenção desses acessórios, fazendo com que, mesmo assim, as vítimas venham a falecer", frisou.
Dados da Companhia de Trânsito (Ciatran) de Londrina mostram que, no primeiro semestre de 2007, foram contabilizados 30 óbitos nos locais dos acidentes, sendo que 11 destes são decorrentes de acidentes com motocicletas. Só o mês de agosto já soma 499 acidentes. Entre as principais causas, o presidente da Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização (CMTU) de Londrina, Mauro Yamamoto, destaca o excesso de velocidade e o uso de álcool. "Além desses fatores principais, soma-se às causas a imprudência do motorista, que desrespeita a sinalização, os semáforos, conversões e paradas obrigatórias."
Segundo Mauro Yamamoto, estão sendo estudadas novas formas de fiscalização no município, como a implementação de equipamentos eletrônicos, a fim de combater a violência no trânsito. "A CMTU também está contratando 35 novos agentes municipais, com o objetivo de aumentar a fiscalização, para que a quantidade, e também a gravidade, dos acidentes diminuam. Além disso, a previsão é de que as regras do CTB se tornem mais rígidas, uma vez que muitos acidentes passaram a se caracterizar como crimes de trânsito, sendo que poderiam ser evitados se a lei fosse respeitada", ressaltou o presidente da CMTU.