O diretor de Operações da Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização (CMTU), Agnaldo Rosa, promete endurecer ainda mais no ano que vem a fiscalização de condutas irregulares em Londrina, como obstrução de calçadas, ambulantes, caçambas irregulares, mato alto em terrenos particulares e trailers de lanche e quiosques sem autorização.
"Se fazer o que é correto, previsto em lei, é ser linha dura, então, eu continuarei sendo linha dura", afirmou Agnaldo Rosa em entrevista ao Bonde na terça-feira (22). "Enquanto eu tiver o aval do prefeito Barbosa Neto continuarei trabalhando e pretendo ainda intensificar as fiscalizações".
Este ano, desde que Agnaldo Rosa assumiu o cargo, diversos grupos não tiveram mais "sossego". "Antes as pessoas achavam que podiam vir para Londrina e fazer o que bem entendessem: a agora a cidade tem lei. A época de passar a mão na cabeça acabou", afirmou.
Centenas de pessoas já foram multadas neste período, gerando críticas de quem estava não estava cumprindo as normas. O primeiro embate se deu com os 18 vendedores de lanche que se recusam a sair da calçada da Avenida Benjamin Constant, ao lado do terminal. "Quando contratarmos a empresa para fazer a reforma na calçada, vamos começar as obras se eles estiverem ou não naquele local. Não posso prejudicar toda a cidade porque 18 pessoas se recusam a sair de lá", afirmou.
A Diretoria de Operações também investiu contra donos de caçamba para recolhimento de entulho, que estão fora dos locais programados, e contra donos de trailers, que não levam seus veículos para casa ao final do expediente. "Alguns agem como se a rua fosse deles", comentou Agnaldo.
Também foram multados este ano os moradores que estão construindo ou reformado casas e empresas e deixam todo o material de construção na calçada. Mas, segundo o diretor da CMTU, empresas terceirizadas, como a que faz o serviço de capina e roçagem, também foram notificadas. "As empresas que não estão cumprindo rigorosamente o contrato com o município estão sendo multadas".
Falhas
Agnaldo Rosa também disse que a CMTU precisa, em 2010, corrigir falhas que cometeu neste ano. Uma delas é a falta de agentes para fiscalizar, mas, também, para fazer os serviços municipais. "Estamos multando as pessoas que deixam seus terrenos com mato, mas nós mesmos não temos dado conta de limpar todos os terrenos públicos e fundos de vale. Isso é uma falha que temo de corrigir", reconheceu.
Para ele, parte do grave problema do mato foram as chuvas do mês de outubro, que derrubaram muitas árvores e causaram muitos transtornos em Londrina. "Nossa equipe já era reduzida e tivemos que utilizá-la para as situações emergenciais", justificou.
"E temos que lembrar que esse setor estava todo desarticulado quando assumimos. Por isso, esses temporais nos pegaram de 'calça-curta'". A partir do ano que vem, disse ele, se outros temporais ocorrerem o município estará preparado para recuperar eventuais danos sem deixar os outros setores – como capina e roçagem – parados.
Outro ponto que o diretor considerou falho é a falta de fiscalização efetiva para combater o trabalho dos camelôs, que se espalham por diversas ruas de Londrina. "A cidade se tornou um camelódromo a céu aberto e não estamos conseguindo coibir esta prática".