Londrina

Cidade espera cadeia pública

03 jul 2001 às 11:40

A superlotação de presos afeta os quatro distritos policiais de Londrina que possuem carceragem. Juntos, eles abrigam 355 detentos quando a capacidade é para 148 presos. Para o delegado-chefe Gilson Garret, o funcionamento da cadeia pública, cuja entrega já está dois anos atrasada, poderia resolver o problema. A entrega, no entanto, depende da terceirização dos serviços, já que o Estado não pode contratar pessoal.

A superlotação, na opinião de Garret, põe em risco não só a segurança dos distritos mas da população. Ele explica que os distritos não foram planejados para abrigar presos e não há pessoal suficiente para garantir a segurança. A vigilância dos presos, como informou um funcionário de um dos distritos, à noite, nos feriados e finais de semana fica sob responsabilidade de apenas um invetigador.


No 3º DP, que fica no Jardim Bandeirantes, zona oeste da cidade, o delegado Marcelo Sakuma destaca o risco que a superlotação oferece aos alunos de uma escola pública que faz fundos com o distrito. A capacidade do 3º DP é de 40 presos, com condições de suportar até 60, mas hoje a ocupação é de 95 detentos. Garret comenta que a falta de assistência jurídica aos presos mantêm na cadeia pessoas que já deveriam estar em liberdade.


O Centro de Direitos Humanos (CDH) de Londrina confirma o comentário do delegado. Segundo o representante da Comissão Carcerária do CDH, Gelson Gil, os advogados nomeados para a defesa gratuita dos presos dificilmente acompanham os casos até o final da condenação. Muitos dos detentos perdem até mesmo o direito de recorrer das penas.

A criação de uma "Central de Penas", na opinião da comissão, diminuiria também o número de presos condenados nos distritos. A central regulamentaria e acompanharia a aplicação de penas alternativas. Nesse sistema poderiam ser beneficiados os presos primários de crimes não hediondos, cuja pena seja inferior a quatro anos.


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