Londrina

CEI da Cultura provoca bate-boca na Câmara

21 ago 2003 às 20:52

As lideranças partidárias da Câmara de Vereadores de Londrina decidiram adiar para a próxima terça-feira, a indicação dos cinco membros que deverão compor a Comissão Especial de Inquérito (CEI), aprovada no dia 19, para apurar supostas irregularidades em projetos da Secretaria Municipal da Cultura. O motivo do adiamento: o grande número de vereadores dispostos a integrarem a CEI.

A disputa entre os vereadores levou as lideranças partidárias a discutirem o assunto nesta quinta-feira, em reuniões secretas, por cerca de uma hora. As divergências geraram até um breve ''bate-boca'' entre os pedetistas Jamil Janene e Henrique Barros.

Janene, que não estava no plenário no início da sessão, devido uma cirurgia no joelho realizada terça-feira, chegou a ser destituído da liderança do PDT na Câmara por Barros e Sandra Graça. Ambos teriam acordado que a sigla seria representada na comissão por Barros.
''Fizemos um papel me indicando para a liderança do partido e assim, votaria em mim para a comissão, mas acabei esbarrando no regimento que diz que membros da Mesa não podem exercer a liderança do partido'', relatou Barros, que é vice-presidente da Mesa Diretiva. ''Ele (Janene) é inconversável, intransigente'', justificou. ''Respeito a posição dos outros vereadores, como respeitei quando apresentei o requerimento da comissão para acompanhar os trabalhos da Assembléia que investigam o caso Copel/Sercomtel. A Sandra Graça, então líder do partido, indicou o Henrique e eu fiquei de fora. Agora, gostaria que fosse respeitado. Eu vou colocar o meu nome na comissão'', rebateu.


O vereador Rubens Canizares (PHS), autor do pedido de abertura da CEI, também não estava com a participação garantida na comissão. ''Todo mundo quer participar, mas somente as lideranças escolhem. Gostaria de participar, já estou andando com este procedimento. Também sugeri sorteio ou que me garantissem a participação, mas ainda vamos discutir'', disse.

Leonilso Jaqueta (PMDB) disse estar confiante na indicação partidária e até mesmo com o voto do PT. ''Está certo o meu nome. Fui indicado pela bancada do PMDB e do PT'', garantiu. No entanto, o líder do PT Maurício Barros, disse que o apoio ainda depende de conversações. ''Ainda não paramos para conversar'', disse.

O líder do PSDB, Roberto Kanashiro, disse que já definiu o seu apoio ao companheiro de partido, Tercílio Turini.

A vereadora Sandra Graça ainda contestou no plenário, a legalidade da comissão de sindicância instaurada pelo prefeito Nedson Micheleti (PT), para apurar as denúncias levantadas por Canizares. ''O Estatuto do Servidor fala que a comissão de sindicância deveria ser composta por três servidores estáveis. No entanto, esta é presidida por um cargo em comissão'', ressaltou.

Segundo o procurador jurídico da prefeitura, Carlos Scalassara, a exigência do Estatuto seria somente em caso de sindicância disciplinar. ''É uma sindicância para apurar eventuais problemas em projetos. Se verificada alguma responsabilidade de servidores seria o caso de comissão composta por servidores estáveis'', afirmou.


Continue lendo