A Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização (CMTU) constatou uma queda de 43% no índice de acidentes de trânsitos nas vias onde foram instalados os radares fixos e videomonitoramentos em Londrina. Os aparelhos estão em funcionamento há dois meses.
"O volume de infrações em geral aumentou 9% em dois meses, mas o número de óbitos diminuiu 13%, de acidentes com motociclistas caiu 19% e de atropelamentos teve queda de 43%", explicou Hermerson Pacheco, diretor de Trânsito da CMTU, sem entrar em detalhes.
Segundo ele, a percepção é que mesmo em vias onde não há o equipamento o motorista tem tirado o pé do acelerador. "Os radares foram instalados em pontos de muitos acidentes, e percebemos que agora as pessoas diminuem para passar nos radares, mas continuam com a velocidade reduzida", disse.
A CMTU ainda não fechou o balanço do segundo mês de operação. Nos primeiros 30 dias, os equipamentos multaram 26.221 motoristas, o que representa 0,32% do total de veículos que passaram pelos radares. Isso significa que a cada 300 veículos que passaram nos 18 pontos, um foi autuado.
O volume de autuações é considerado baixo pelo diretor, mas preocupa em relação ao tipo de infração. O excesso de velocidade foi a de maior incidência e a via campeã foi a Avenida Duque de Caixas com 5.966 infrações. Em segundo lugar ficou o avanço de sinal na Avenida Juscelino Kubsticheck com rua Alagoas, com 658 multas aplicadas. "São duas infrações muito nocivas, principalmente o avanço de sinal na JK, por ser no Centro, com um grande fluxo de veículos. E o excesso de velocidade tem impacto no âmbito do atropelamento", comentou Pacheco.
O diretor comentou que a Duque de Caixas, apesar do alto número de flagrantes de excesso de velocidade, é uma das vias que teve redução do número de acidentes. "Ali a velocidade foi reduzida de 60km/h para 50 km/h, por ser um trecho com muito comércio e trânsito intenso de pedestres, mas desde a instalação do radar não teve mais acidentes", disse.
Ele acredita que com o tempo o motorista se acostume com os radares e as notificações reduzam. "O londrinense nunca teve a cultura do radar. Ficamos uns dois ou três anos sem os videovigias. Então, acredito que o acúmulo de multa se dá pelo desconhecimento. É questão de hábito", afirmou.
"Já percebemos uma mudança de comportamento, bem sensível, mas há. Com o radar, percebemos que o motociclista já usa mais a viseira do capacete, o motorista está usando o cinto de segurança, deixando o celular de lado", comentou o diretor.
Novos pontos
Os 18 radares fixos e de videomonitoramento entraram em operação no dia 1 de junho em sete ruas e avenidas da cidade. Os equipamentos de videomonitoramento, além do excesso de velocidade registram o avanço do sinal vermelho e a parada na faixa de pedestre.
A CMTU deve iniciar nos próximos meses um rodízio dos aparelhos. A primeira via a receber será a Avenida Garibaldi Deliberador, no Jardim Cláudia (zona sul). "Estamos colocando a estrutura para a instalação do aparelho e a sinalização da via. Vamos avaliar qual ponto está com menos infrações para levá-lo lá", explicou Pacheco, sem revelar qual radar será trocado de lugar.
Ele afirmou ainda que a expectativa é implementar futuramente mais radares, para isso está avaliando o contrato com a empresa responsável pelos aparelhos já instalados e estudando a possibilidade de abrir um novo processo licitatório.