Integrantes do movimento "Ocupa Londrina" conversaram com o prefeito Barbosa Neto e realizaram protestos durante o programa "Prefeitura nos Bairros", que acontece no Bosque Central de Londrina, na manhã desta terça-feira (6).
Mesmo com chuva, os manifestantes, que são contra a reabertura da rua Piauí no trecho onde hoje está o Zerinho, compareceram ao Bosque com faixas e cartazes com dizeres contrários à obra. Os integrantes também usaram máscaras, que segundo eles serve para alertar sobre o problema da poluição que a abertura da rua pode causar.
Segundo o representante do movimento "Ocupa Londrina", Guto Rocha, Barbosa recebeu alguns integrantes do movimento, que levaram um abaixo-assinado com cerca de 1,1 mil assinaturas contra o projeto, mas se mostrou irredutível. "Conversamos com o prefeito. Ele nos ouviu, mas se mostrou irredutível. A gente tem esperança de que ele mude de ideia. Não é nenhum demérito ele mudar de ideia e ver que cometeu um erro. Se não houvesse irregularidades em tudo isso que está acontecendo a obra já estaria pronta e nós não estariamos aqui reclamando."
No último dia 23 de novembro a justiça acatou um pedido de liminar e suspendeu as obras do Bosque Central. Segundo decisão do juiz Marcos José Vieira, a prefeitura não poderá dar continuidade nas obras do Bosque até que a liminar seja revertida ou a ação civil pública seja julgada. Em caso de desacato, a pena diária será de R$ 5 mil.
De acordo com Rocha, o movimento "Ocupa Londrina" e a Ong Meio Ambiente Equilibrado (MAE), autora da ação, se propuseram a retirar a ação da justiça caso o prefeito se comprometa a não reabrir a rua Piauí. "Ele disse que vai acatar a decisão [de suspensão] e vai lutar na justiça. Ele quer o embate jurídico. Nós propusemos abrir mão da ação, mas ele quer abrir a rua de qualquer jeito".
O secretário municipal de Governo, Marco Cito, afirmou que acredita na reversão dessa situação na justiça. "Quando você tem uma primeira decisão de um juiz você tem as informações só de quem acusa. A Ong MAE apresentou situações inverídicas na ação, como a ausência do Estudo de Impacto de Vizinhança (EIV), que não é necessário em obra pública, e o tombamento estadual do Bosque, que se provou inverdade. Então acredito que feitas todas as explicações isso será revertido e vamos conseguir tocar a obra".
Para Cito, as obras no Bosque vão muito além da abertura da rua Piauí, porém descartar essa parte do projeto é inviável. "Esse é o principal ponto de polêmica, mas na verdade a revitalização é muito maior do que isso. Justamente porque esse não é o ponto, não trabalhamos com a possibilide de desistir da abertura da rua. A abertura está num estudo técnico com relação a necessidade de propiciar maior quantidade de fluxo possível de veículos, uma vez que temos 90 carros emplacados por dia na nossa cidade."
Rocha afirmou que até o momento o embate continua. Segundo ele, a única negociação apresentada pelo município foi uma mudança no projeto, que ainda prevê a abertura da rua Piauí. "Seria uma rua mais estreita com obstáculos, lombadas e faixas elevadas. Então eu questionei: 'prefeito pra que fazer uma coisa assim, se não vai resolver o problema do fluxo? Se o princípio de tudo isso era melhorar o fluxo, agora o senhor vai abrir uma rua que não vai mudar o fluxo?'".
Para os manifestantes, a reabertura da rua Piauí vai desqualificar o zerinho como área de lazer, além de piorar a qualidade do ar na região.