A expansão crescente dos bairros quase sempre não vem acompanhada pela implantação de infra-estrutura básica. O resultado da discrepância entre a velocidade do setor imobiliário e do poder público são comunidades desassistidas e obrigadas a percorrer longas distâncias para ter acesso à saúde e educação.
É o caso do Jardim Beleville (zona norte de Londrina) que há mais de uma década espera por asfalto, escola, centro social e posto de saúde.
''Na verdade falta tudo por aqui, mas o asfalto é o pior'', afirma a comerciante Édina da Silva Prado, apontando para as precárias condições da rua Juracil Cabral, a principal do bairro. Uma rua de duas vias esburacadas e cheias de pedregulhos separada por um canteiro central parcialmente destruído pela erosão.
Se no caso da comerciante o pó é o maior incômodo, para a dona de casa Marli Marques, a preocupação é a escola. Com duas crianças pequenas, ela dificilmente pode acompanhar o outro casal de filhos no caminho da escola, no Conjunto Violin. Além da distância, as crianças precisam atravessar a rodovia Carlos João Strass diariamente.
''Seria melhor se tivesse uma escola por aqui mesmo, já prometeram construir, só não sei quando'', afirma. Segundo a dona de casa, outro problema é a assistência médica. O Posto de Saúde que atende a comunidade fica no conjunto vizinho, Vivi Xavier.
Para driblar a falta de estrutura, a comunidade improvisa como pode. Os encontros religiosos, por exemplo, são realizados em um barracão de um antigo bar. Antes disso, o jeito era rezar em um campinho de futebol. Um terreno já foi doado pela prefeitura para a construção da igreja, o que deve resolver o problema no futuro.