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A alienação das duas fazendas do auditor fiscal Luiz Antônio de Souza seria apenas o primeiro passo para o ressarcimento dos cofres do Estado. De acordo com o advogado do acusado, Eduardo Duarte Ferreira, Souza teria se comprometido a devolver bem mais do que R$ 20 milhões - valor estimado das duas fazendas - ao poder público por meio do firmamento de um acordo de delação premiada com o Ministério Público (MP). "O interesse dele é de que sejam cumpridos os termos da delação o mais rápido possível", destacou Ferreira em entrevista ao Bonde nesta segunda-feira (1.º).
Questionado sobre quanto o auditor teria se comprometido a devolver, o advogado alegou não poder divulgar a informação. "Os detalhes do termo só serão abertos posteriormente", limitou-se a dizer.
Vale lembrar que o auditor é suspeito de integrar uma rede de exploração sexual de adolescentes e o esquema de cobrança de propina descoberto dentro da Receita Estadual em Londrina. Souza passou as últimas semanas sendo ouvido pelo Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado (Gaeco). Vários fatos novos foram revelados pelo suspeito, entre eles o de que a campanha à reeleição do governador Beto Richa (PSDB) teria recebido cerca de R$ 2 milhões do esquema criminoso da Receita.
Ferreira disse que, pelo menos por enquanto, Souza não irá prestar novos depoimentos ao MP. Ele revelou, ainda, que a irmã do suspeito, Rosângela Semprebom, também fechou um termo de delação premiada com os promotores. Assim como o irmão, a auditora teria participado do esquema de cobrança de propina na Receita.
Os dois e outras 60 pessoas, entre auditores, empresários e contadores, já foram denunciados criminalmente, por meio da Operação Publicano, pela participação no esquema.