A audiência de conciliação entre o vereador Filipe Barros (PRB) e o padre Cristiano Bento dos Santos, realizada na tarde desta quinta-feira (9), no 6º Juizado Especial Cível de Londrina, terminou sem acordo. A audiência foi marcada em setembro, após Filipe Barros mover um processo por danos morais contra o padre Cristiano. Segundo o vereador, as motivações para o processo são declarações que classificou como "caluniosas", dadas pelo padre durante uma entrevista em um programa de televisão da cidade. O valor da causa é de R$ 20 mil.
De acordo com Filipe, a audiência foi muito tranquila e rápida. "Não durou mais do que 10 minutos. Como um bom cristão, fui aberto ao diálogo para construir pontes com o padre Cristiano, réu nesse processo. Fui aberto à conciliação para que o processo fosse encerrado hoje [quinta-feira] mesmo. Contudo, o padre optou por não fazer acordos e não entrar em conciliação comigo. E dessa forma, segui com o processo adiante."
Filipe ressalta que "a conciliação pode ser feita a qualquer momento durante o processo". "Estou aberto à conciliação. Estou aberto a construir pontes com o padre Cristiano, réu nesse processo. Lembrando também que ele não apenas emitiu sua opinião política, o que é normal na democracia. Os políticos têm que saber receber críticas. Mas nesse processo específico, teve suposto cometimento de crime de calúnia. Calúnia e injúria. Crime tipificado no Código Penal."
A reportagem também procurou o padre Cristiano, que preferiu não comentar o assunto. Ele acrescentou que tudo o que tem para falar está na nota de desagravo divulgada pela Comissão de Justiça e Paz (CJP) da Arquidiocese de Londrina em 3 de outubro.
À época, a CJP disse em nota que "o vereador apresenta-se, na reportagem [publicada pelo Bonde], como vítima de uma situação que se iniciou por sua própria atitude agressiva e debochada (ver vídeo), o que não condiz com sua afirmação 'como um bom cristão'".
"No vídeo, lançado nas redes sociais, o vereador, entre outras ofensas, xingava as pessoas que participavam do ato, de caráter nacional, de vagabundas. No Brasil todo houve paralisações para protestar contra a Reforma Trabalhista e Previdenciária as quais acabam com direitos conquistados por meio de anos de luta e transformam a relação de trabalho injusta e desfavorável aos empregados", diz a nota.
Veja a nota completa da CJP divulgada no Portal Bonde em 3 de outubro.
(Colaborou Isabela Fleischmann)