O fracasso nas negociações entre o governo e o grupo de esposas que está bloqueando a entrada do 5º Batalhão da Polícia Militar, em Londrina, provocou nova onda de tensão entre os policiais. A partir de hoje (18-05) eles passaram a ter uma participação mais efetiva no movimento.
Por volta das 15 horas desta sexta, militares abandonaram uma reunião informal com um representante dos oficiais, recusando a proposta de convencer as esposas a encerrarem a manifestação.
A recuperação salarial através do fim da gratificação especial e da implantação de um novo Código de Vencimentos e Vantagens (CVV) foi considerada razoável pelos praças, mas inexequível. Pela proposta, uma comissão formada pelos PMs, esposas e juristas analisaria o código em um prazo de 60 dias. Em troca, o desbloqueio dos batalhões seria feito imediatamente.
A reportagem da Folha de Londrina apurou que a implantação do CVV significaria a elevação do piso da categoria para R$ 1,5 mil (atualmente é de R$ 635,00) e possivelmente a redução da remuneração dos policiais de alta patente.
No final da tarde de hoje, as mulheres conquistaram o apoio dos motoristas que trafegavam em frente ao batalhão, na marginal da Rodovia Celso Garcia Cid. A grande maioria concordou em aderir ao abaixo-assinado pedindo o impeachment do governador Jaime Lerner, considerado o ``vilão da categoria´´. O trânsito chegou a ser interrompido na pista principal da rodovia - bloqueada por poucos minutos - e foi logo liberado para evitar congestionamento. As assinaturas serão enviadas à Assembléia Legislativa.
Também houve uma salva de rojões para comemorar a chegada de uma coroa de flores, que será usada no enterro simbólico do governador. As mulheres prometiam velar o ""corpo"" (na verdade, um boneco) durante a madrugada e sepultá-lo com em um ato público no Calçadão, ponto mais movimentado da área central de Londrina.
*Leia mais em reportagem de Lúcio Flávio Moura na Folha de Londrina - Folha do Paraná deste sábado