O chefe de gabinete de reitoria da Universidade Estadual de Londrina (UEL), Itaicy Wagner de Mendonça, não está cumprindo a determinação do reitor Jackson Proença Testa. Itaicy está afastado do cargo desde o mês passado, quando foi acusado de superfaturamento em contrato publicitário e, segundo portaria assinada pelo reitor em 24 de maio, deveria estar trabalhando como assessor no Centro de Estudos Sociais Aplicados (Cesa). Mas dois funcionários garantiram que ele nunca compareceu ao local de trabalho.
A portaria assinada por Testa diz que Itaicy deveria estar exercendo "atividades como assessor especial junto ao Núcleo de Estudos e Pesquisas Econômicas e Sociais (Nepes) dentro do Cesa e permaneça à disposição da Comissão de Sindicância, até a conclusão de seus trabalhos". Por duas tardes consecutivas, a reportagem foi até o Cesa para conversar com Itaicy, mas ele não estava trabalhando.
O vice-reitor Mauro Ticianelli argumentou que Itaicy pediu para se afastar do Nepes para "estar à inteira disposição da Comissão de Sindicância" - formada por Testa para apurar as denúncias de corrupção. Entretanto, o auditor da UEL e responsável pela comissão, Anísio Ribas, disse que nada foi comunicado sobre o suposto afastamento de Itaicy do Núcleo de Estudos e Pesquisas Econômicas do Cesa.
A crise na UEL teve início com o depoimento do apresentador de TV Márcio Mello ao Ministério Público (MP) do Maringá, há cerca de um mês. Mello acusou o chefe de gabinete de Testa de receber R$ 7,6 mil do ex-deputado Benedito Pinga-Fogo de Oliveira, sócio-proprietário da Rádio Nova Ingá, de Maringá. O valor seria a devolução de parte de um contrato superfaturado firmado entre a emissora e a UEL, em 97, para veiculação de propaganda do vestibular da instituição. Outras duas emissoras de Pinga-Fogo também veicularam propaganda da UEL.
* Leia mais em reportegm de Rodrigo Souza Grota na Folha de Londrina/Folha do Paraná deste domingo