Matheus Luzio, 24, e Amanda Feijó, 28, viram os seus sonhos serem consumidos pelas chamas em poucos minutos. No dia 27 de dezembro, o casal trafegava pela avenida Juscelino Kubitschek, no Centro de Londrina, quando o veículo que estava misteriosamente começou a pegar fogo. Dentro do carro, havia cerca de R$ 40 mil em equipamentos de trabalho, entre notebook, câmera fotográfica e celular.
Luzio trabalha com conteúdo audiovisual, atuando como videomaker, fotógrafo e editor de vídeo. A destruição dos equipamentos comprometeu diretamente o seu ofício, que precisou ser interrompido temporariamente.
"Ele tem dois anos de carreira. Já fez coberturas de vários eventos famosos. A perda dos equipamentos fez com que ele ficasse impossibilitado de continuar trabalhando, pois havia alguns trabalhos para a primeira semana de janeiro, os quais precisaram ser adiados. Para um trabalho inadiável, conseguiu uma câmera emprestada com um colega da área", conta Feijó, esposa do fotógrafo.
O trabalho dela também foi afetado pelo incêndio. Autônoma há oito anos, Feijó precisou fechar a sua doceria há dois meses. Desde então, ela atendia por encomenda. As perdas do notebook e do celular fizeram com que os seus atendimentos fossem interrompidos, o que causou mais prejuízos financeiros.
"Isso fez com que eu não conseguisse atender aos pedidos de encomendas, já que não tenho acesso ao WhatsApp e ao sistema por onde chegam os pedidos. Estava em uma fase de desenvolvimento de e-books e cursos, além de prestar serviços de marketing a outra empresa, o que também foi parado. Ainda não tenho uma ideia mensurável de quantos clientes tentaram me contatar e quantos pedidos chegaram no sistema e não foram confirmados por eu estar sem acesso", lamenta a profissional.
A vida pessoal do casal também foi afetada. Eles haviam acabado de comprar novos materiais para praticar o hobby responsável por uni-los em 2023. "Ficamos tristes pelos equipamentos de trilha, que é uma atividade que amamos fazer e não tínhamos feito em 2024. Então, alguns itens estavam novinhos esperando para serem estreados."
O incêndio
O incêndio ocorreu no dia em que o casal sairia para viajar. Eles haviam acabado de sair da oficina mecânica, após quatro dias de idas e vindas do carro na revisão. A primeira vez que o veículo esteve no local foi 23 de dezembro. Desde então, segundo Feijó, o automóvel apresentou problemas que não tinha antes.
Publicidade
"Já havíamos tentado viajar no dia 26 de manhã e no dia 27 de madrugada, mas acabávamos voltando por conta do motor. Dia 27 o buscamos pela quinta vez na mesma oficina. Achávamos que estava finalmente pronto e seguro para a viagem", relembra.
Os dois estavam ansiosos e empolgados para o tão aguardado período de férias. No entanto, durante o trajeto, o veículo passou a apresentar os primeiros sinais de que havia algo errado.
"O sinal da JK, no cruzamento com a [avenida] João Cândido, fechou e senti um cheiro muito forte de queimado. Nesse instante, foi como se a embreagem estivesse quebrado e o carro deu um estalo. Nunca vi tanta fumaça saindo de um capô em questão de segundos", recorda a doceira.
Com o susto, Luzio, em desespero, começou a gritar para Feijó sair do carro. Os dois assistiram de longe, sem poder fazer nada, a destruição do veículo. "Não tivemos tempo de pegar nada que estava dentro dele. Quando saí, a parte da frente já estava em chamas. Até o fogo chegar na parte de trás, foram vários estalos e poucos minutos."
Segundo Feijó, os bombeiros chegaram rapidamente ao local e controlaram o fogo, mas tudo que estava dentro do carro já havia sido queimado por completo. Matheus ficou desesperado ao perceber que perdeu tudo e precisou ser amparado pela esposa.
Após a ocorrência traumática, os dois buscaram explicações na oficina mecânica, que alegaram que o carro é imprevisível e que o acontecido não tem nada a ver com os serviços prestados.
"Disseram que não têm dinheiro para contribuir com nada. Disseram no momento em que o procuramos que iriam devolver o valor dos serviços prestados para ajudar, entretanto não devolveram e já encaminharam o número do advogado para futuras comunicações, se desejarmos", explica Feijó, que cogita processar o estabelecimento.
Vaquinha
Leia mais:
46% finalizada
Equipes retomam execução da obra de duplicação da Saul Elkind, na Zona Norte
Pelo Amazonas
Londrina EC anuncia atacante que disputou a última Série B
"Tema complexo"
Saúde de Londrina discute projeto sobre remédios à base de cannabis
Volante
Novo jogador do Londrina EC, Alison entrou em campo uma vez em 2024
O que está ajudando o casal durante esse processo é uma vaquinha on-line. Os dois compartilharam em suas redes sociais imagens do incêndio, que geraram grande comoção entre os internautas. Eles também receberam propostas de empréstimos de equipamentos para que possam trabalhar.
"Não esperávamos tamanha repercussão do vídeo e tantas mensagens de carinho de pessoas que nem conhecemos. Recebemos várias pessoas dispostas a emprestar câmeras e notebooks até conseguirmos levantar a quantia necessária. Ainda não conseguimos o valor necessário para a compra de todos os equipamentos de trabalho que perdemos, mas temos muita fé que iremos conseguir em breve. Criou-se uma maravilhosa corrente do bem", agradece a doceira.
Ela também ressalta a importância do apoio moral dado pelas pessoas. "Temos muita fé de que tudo acontece por um propósito e, apesar de toda essa situação ruim, já fomos muito abençoados em mensagens de força e propostas de trabalho. Gostaria de agradecer a cada um que fez sua contribuição e que nos ajudou de alguma forma."
Ajude por meio deste link.