Londrina

Após atender 180 homens agressores, projeto é suspenso em Londrina

25 fev 2014 às 15:44

A 6.ª Vara Criminal (Maria da Penha) realiza desde o começo do ano passado o projeto "Caminhos" em Londrina. A iniciativa, realizada em parceria com o Ministério da Justiça, atendeu cerca de 180 homens agressores com terapias em grupo e atendimentos psicológico e jurídico. A equipe multidisciplinar responsável pelo projeto é formada por dois assistentes sociais, dois psicólogos, um advogado e uma coordenadora, além de quatro estagiários (dois de Serviço Social e dois de Psicologia). "A violência contra a mulher tem um cunho social e cultural muito forte. Não temos como romper com a dinâmica da violência sem trabalhar com o agente executor. O acompanhamento do agressor é fundamental", destacou a assistente social Kellen Galego.

Kellen contou que, apesar de essencial, o projeto será suspenso em Londrina. As últimas sessões ocorrem nesta quarta-feira (26). "No ano passado, conseguimos concluir os trabalhos com nove grupos de até 15 homens cada. Agora, estamos fazendo a finalização do acompanhamento com os três grupos restantes, já que não temos previsão de quando o projeto vai voltar a ser executado", explicou.


A assistente social explicou que o Ministério da Justiça financiou o primeiro ano do projeto com o objetivo de fomentá-lo para que município ou Estado dessem continuidade às atividades a partir do segundo ano de iniciativa. A Secretaria Estadual de Justiça aceitou assumir a responsabilidade, apesar de não ter conseguido evitar o interrompimento dos trabalhos. "A secretaria ficou de abrir um chamamento público para contratar uma nova equipe. Enquanto isso não acontece, ficamos sem o serviço", observou Kellen.


Foram atendidos pelo projeto "Caminhos" homens já condenados ou oriundos de medidas protetivas. "Sem o serviço, todo o trabalho da Vara Maria da Penha acaba ficando falho. A responsabilização penal do agressor, sem que ele reflita sobre a sua conduta violenta, tende a ficar inócua", argumentou a assistente social.

Por meio da assessoria de imprensa, a Secretaria Estadual de Justiça não soube estipular prazos para a retomada do projeto.


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