No momento em que se questiona a complacência do poder público brasileiro com a venda escancarada de produtos falsificados e contrabandeados a Prefeitura de Londrina não só acena com um novo auxílio aos camelôs do Shopping Popular, como também anuncia o negócio como ''modelo para o País'', nas palavras do secretário municipal de Fazenda, Wilson Sella.
Modelo que começou a ser formatado em 2002, quando centenas de camelôs que atuavam nas ruas da Área Central foram transferidos para o prédio da Rua Sergipe, com a garantia de ter o aluguel do imóvel bancado pelo município durante dois anos. Muitos correram atrás de alvarás e inscrições no CNPJ. O tipo de mercadoria vendida, porém, continuou o mesmo: na maioria, falsificações de marcas famosas.
''É um absurdo. Temos aí uma CPI falando que 80% do que vêm dos camelôs é controlado pela máfia chinesa. Mantendo os camelódromos, você gera fontes de sonegação tributária, enriquece a máfia que está por trás do contrabando e quebra a indústria nacional. A prefeitura considera isso um modelo? Para mim é uma piada de mau gosto'', ataca o professor de Economia da Universidade Estadual de Londrina (UEL), Miguel Arturo Oliveira.
Pesquisador do comércio informal, com doutorado em Economia Regional Urbana, Oliveira é taxativo em afirmar que o incentivo aos camelôs não é, de maneira alguma, uma solução para o desemprego.
Leia a matéria completa na edição desta terça da Folha de Londrina