Claudeir Cândido, 18 anos, chegou atrasado na aula e foi barrado pela professora. O que seria uma situação corriqueira, entretanto, acabou em confusão e intervenção policial.
A escola, segundo relato do aluno, chamou dois policiais para retirá-lo da sala, já que ele insistia em não perder a aula. Revoltado, o rapaz promete processar o diretor da Escola Estadual Professor Pedro Viriato Parigot de Souza, em Jataizinho (21 km a leste de Londrina). O Núcleo Regional de Educação (NRE) de Cornélio Procópio já recebeu a denúncia e vai ouvir a direção da escola nesta quinta.
Segundo Claudeir, o problema aconteceu na volta do intervalo. Ele teria tentado entregar um brinco perdido a uma aluna e se atrasou para o início da aula de física. Claudeir contou que chegou a pedir à professora que registrasse a falta e o deixasse participar da aula, mas a proposta teria sido recusada.
''Para ela pode ser só uma hora, mas para mim isso pode durar um ano inteiro, já repeti por causa de faltas e não posso ficar perdendo aula'', argumentou o rapaz, que estuda à noite para trabalhar como auxiliar de pintor.
A recusa do rapaz em sair da sala criou um impasse. O diretor teria sido chamado e, sem conseguir demover o aluno nem a professora, teria recorrido à polícia. Dois policiais retiraram o rapaz da escola. ''Fizeram isso na frente de todo mundo, um monte de gente ficou tirando sarro de mim, eu não merecia essa humilhação, não sou bandido nem traficante'', ressaltou. Claudeir foi suspenso por três aulas.
A professora Regina do Carmo Rodrigues Dourado argumenta que respeitou as regras da escola e não poderia aceitar o aluno em sala. Segundo ela, Claudeir tem constantes atitudes de desafio à autoridade escolar. ''Talvez tenha sido um exagero (os policiais) mas ele estava testando os limites da escola'', explicou. Ela também afirmou que o aluno estava sob o efeito de álcool.
O diretor da escola, Paulo Cândido de Oliveira, preferiu não se manifestar sobre o caso antes de ser ouvido pelo NRE, o que deve acontecer na manhã desta quinta.