Apenas 20% da população londrinense vem se utilizando do transporte coletivo urbano. Há cerca de dez anos, mais de 30% da população fazia uso do serviço.
Essa foi uma das informações repassadas nesta quarta-feira aos membros do Comitê de Transporte Coletivo, em reunião realizada pela manhã, no auditório da Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização (CMTU) de Londrina.
O Comitê tem caráter de assessoria junto ao órgão gerenciador do transporte no município, a CMTU, para discutir e apresentar alternativas visando à futura licitação do sistema. O comitê é formado por representantes dos poderes Executivo e Legislativo, estudantes, universidades, sindicatos, associações de bairros, conselhos e empresas que atuam no setor.
Na reunião desta quarta-feira, o mestre em engenharia de tráfego e professor da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Garrone Reck, apresentou aos membros do comitê um diagnóstico sobre os sistemas de transporte coletivo no país e no mundo, para embasar o início das discussões sobre o novo modelo a ser implantado no município.
Segundo ele, a diminuição do número de passageiros, como vem ocorrendo em Londrina é um fenômeno mundial, fruto do maior acesso da população aos veículos particulares.
Garrone citou como exemplo o crescimento percentual da população brasileira em relação à frota de veículos particulares no país. Enquanto de 94 a 2001 a população cresceu de 152 milhões para 172 milhões de pessoas (12%), no mesmo período o número de veículos foi de 24 milhões para 31 milhões (crescimento de 32%).
Para ele, esse aumento influenciou diretamente nos congestionamentos pelo fato de os sistemas viários não estarem preparados para esta demanda, atrasando também a locomoção do transporte coletivo e conseqüente aumento dos gastos de combustíveis.
A diretora de Transportes e Operações da CMTU, Rosimeire Suzuki Rosa Lima, também apresentou na reunião um diagnóstico específico do transporte coletivo em Londrina.
Ela citou a frota de 355 ônibus, dos quais 315 rodam cerca de 70 mil quilômetros por dia, transportando cerca de 150 mil passageiros. Esse número se divide por dois, exatamente porque o mesmo passageiro utiliza cerca de dois ônibus por dia, no sistema de integração. Daí o índice de 20% do total da população.
Segundo Rosimeire, uma das alternativas que poderá ser adotada no novo sistema, visando ao barateamento de custos, é a bilhetagem eletrônica - sistema semelhante ao adotado em Curitiba e que está substituindo os vales-transporte de metal.
*com informações da prefeitura de Londrina.