As vendas a prazo nos primeiros nove meses deste ano em Curitiba aumentaram 12,65% em relação ao mesmo período do ano passado. A comparação entre os meses de setembro dos dois anos mostra aumento de 23% em 2001. Porém os índices podem apresentar queda nos próximos meses por causa da recessão econômica e da insegurança dos investidores e consumidores após os ataques terroristas aos Estados Unidos, no dia 11 de setembro.
De acordo com os dados divulgados pela Associação Comercial do Paraná (ACP), as consultas ao Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC), que medem as vendas a prazo, caíram 31,81% em setembro em relação a agosto. O SCPC registrou 350 mil consultas em setembro.
"A queda em setembro é normal, porque em agosto o Dia dos Pais puxa o comércio, e as pessoas já sabem que vão ter que gastar em outubro com o Dia das Crianças. Mas a queda neste setembro foi a pior desde 1998", informou o vice-presidente de Serviços da ACP, Élcio Ribeiro. Em 2000, a queda de setembro para outubro foi de 27,67%. Segundo ele, foi uma série de fatores, como terrorismo, aumento do dólar e crises na Argentina e outros países, que provocou esse recuo.
A tendência para os próximos meses e até mesmo para o Dia das Crianças, na próxima semana, é difícil de prever, afirmou Ribeiro. Para ele, os produtos de maior valor vão ser os mais prejudicados. De acordo com o vice-presidente da ACP, os comerciantes precisam melhorar os sistemas de liberação de crédito. "Temos que ser balizadores para o consumidor, não deixar que ele se endivide, porque isto seria prejuízo para a gente", afirmou.
As vendas à vista também apresentaram retração em setembro, de acordo com os dados da ACP. Comparado com o mesmo mês de 2000, a queda foi de 13,42% e de 14,39% em relação a agosto deste ano. Foram registradas 290 mil consultas ao serviço Videocheque da ACP, que mede as vendas à vista.
Ribeiro também chamou atenção para os fatores considerados positivos, como o aumento das vendas a prazo neste ano. "Isso mostra que as pessoas estão voltando ao crédito, que a inadimplência está caindo", relatou. A taxa de inadimplência medida pela ACP ficou estável em setembro, sendo de 3,43%, contra 2,98% em agosto e 3,42% em julho.