Capitalizado pelo bom preço das commodities e pelo recorde de produtividade em duas safras seguidas, o agricultor paranaense está investindo na renovação do parque de máquinas.
Enquanto no Brasil as vendas de maquinário agrícola reduziram 6,8% no primeiro quadrimestre do ano, com relação ao mesmo período de 2002, empresas com sede no Estado registraram aumento na comercialização.
De acordo com a assessoria de imprensa da Associação Nacional de Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), de janeiro a abril de 2003 foram comercializadas 10.529 máquinas agrícolas no País, ante 11.295 unidades vendidas nos primeiros quatro meses do ano passado.
A explicação para a queda foi a inoperância do programa Moderfrota durante o último mês de janeiro. Nos outros meses do período, a comercialização se manteve estável com relação ao ano anterior.
No Paraná, ao contrário, o setor tem bons motivos para comemorar. A holding CNH - que engloba as marcas Case e New Holland e tem fábrica na região metropolitana de Curitiba - contabilizou crescimento de 8,37% no número de unidades vendidas, comparando os primeiros quadrimestres de 2002 e 2003.
De janeiro a abril deste ano, foram comercializados 2710 tratores e 954 colheitadeiras.
Ano passado, no mesmo período, as vendas totalizaram 2395 tratores e 986 colheitadeiras.
A exportações também alcançaram resultados positivos, com crescimento de 136,4% e 197,3%, respectivamente, nas vendas de tratores e colheitadeiras ao mercado externo.
Isomar Martinichen, diretor nacional de vendas da Case, analisou que os resultados positivos refletem o bom nível de capitalização dos produtores.
''Além disso, o nível de crédito para usar o Moderfrota, no Paraná, é um pouco maior que em outras regiões brasileiras'', disse.
Ele observou que os juros pré-fixados do programa de financiamento do governo federal estimulam o produtor a investir em máquinas.
''O agricultor está aproveitando o programa para renovar o parque de máquinas'', comentou, acrescentando qque os atuais investimentos em tecnolgia devem refletir em novos aumentos de produtividade nas próximas safras.
Em Londrina, a revendedora Horizon, da John Deere, aumentou o faturamento em 70% comparando os quatro primeiros meses de 2002 e 2003.
De acordo com o gerente geral da empresa, Martim Stremlow, a comercialização de colheitadeiras cresceu 30% enquanto a venda de tratores dobrou.
Ele também atribui os resultados positivos à melhoria da renda do produtor, além das condições ''interessantes'' oferecidas pelo programa Moderfrota.
''Os juros fixos de 13% ao ano (para médios e grandes produtores) e 10% ao ano (para pequenos) são atrativos'', ressaltou.
O gerente também comentou que a terra, no Paraná, é muito valorizada por causa da baixa oferta.
''Como é difícil investir na ampliação da área de plantio, o produtor investe em tecnologia para ganhar em produtividade.''