Economia

Venda de máquinas agrícolas cresce no Paraná

13 mai 2003 às 10:28

Capitalizado pelo bom preço das commodities e pelo recorde de produtividade em duas safras seguidas, o agricultor paranaense está investindo na renovação do parque de máquinas.

Enquanto no Brasil as vendas de maquinário agrícola reduziram 6,8% no primeiro quadrimestre do ano, com relação ao mesmo período de 2002, empresas com sede no Estado registraram aumento na comercialização.


De acordo com a assessoria de imprensa da Associação Nacional de Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), de janeiro a abril de 2003 foram comercializadas 10.529 máquinas agrícolas no País, ante 11.295 unidades vendidas nos primeiros quatro meses do ano passado.


A explicação para a queda foi a inoperância do programa Moderfrota durante o último mês de janeiro. Nos outros meses do período, a comercialização se manteve estável com relação ao ano anterior.


No Paraná, ao contrário, o setor tem bons motivos para comemorar. A holding CNH - que engloba as marcas Case e New Holland e tem fábrica na região metropolitana de Curitiba - contabilizou crescimento de 8,37% no número de unidades vendidas, comparando os primeiros quadrimestres de 2002 e 2003.


De janeiro a abril deste ano, foram comercializados 2710 tratores e 954 colheitadeiras.


Ano passado, no mesmo período, as vendas totalizaram 2395 tratores e 986 colheitadeiras.


A exportações também alcançaram resultados positivos, com crescimento de 136,4% e 197,3%, respectivamente, nas vendas de tratores e colheitadeiras ao mercado externo.


Isomar Martinichen, diretor nacional de vendas da Case, analisou que os resultados positivos refletem o bom nível de capitalização dos produtores.


''Além disso, o nível de crédito para usar o Moderfrota, no Paraná, é um pouco maior que em outras regiões brasileiras'', disse.


Ele observou que os juros pré-fixados do programa de financiamento do governo federal estimulam o produtor a investir em máquinas.


''O agricultor está aproveitando o programa para renovar o parque de máquinas'', comentou, acrescentando qque os atuais investimentos em tecnolgia devem refletir em novos aumentos de produtividade nas próximas safras.


Em Londrina, a revendedora Horizon, da John Deere, aumentou o faturamento em 70% comparando os quatro primeiros meses de 2002 e 2003.


De acordo com o gerente geral da empresa, Martim Stremlow, a comercialização de colheitadeiras cresceu 30% enquanto a venda de tratores dobrou.


Ele também atribui os resultados positivos à melhoria da renda do produtor, além das condições ''interessantes'' oferecidas pelo programa Moderfrota.


''Os juros fixos de 13% ao ano (para médios e grandes produtores) e 10% ao ano (para pequenos) são atrativos'', ressaltou.


O gerente também comentou que a terra, no Paraná, é muito valorizada por causa da baixa oferta.

''Como é difícil investir na ampliação da área de plantio, o produtor investe em tecnologia para ganhar em produtividade.''


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