O ano de 2021 mostrou que a inovação não é um movimento. É uma necessidade de sobrevivência. As organizações que obtiveram sucesso, seja na iniciativa privada ou no sistema público, o conseguiram por meio de práticas e visões inovadoras.
A pandemia, que ora se arrefecesse, exigiu mais um ano de sacrifícios com fechamento de empresas e perda de empregos. Por outro lado, as firmas mais inovadoras cresceram e prosperaram.
Para as empresas de base tecnológica crescerem foi preciso investimento de base, aquele feito pelo Estado geralmente nas instituições públicas. Um bom exemplo provém da Universidade Estadual de Londrina (UEL). Conversando com o reitor, professor Sérgio Carvalho, ele me falava sobre a importância de a Universidade ser uma das principais referências no Paraná em inovação.
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Seja por meio da Incubadora, dos diversos projetos ou ainda estimulando seus egressos a empreenderem, a Instituição lançou muitas sementes no solo fértil do nosso ecossistema. Aqui em minha coluna trouxe vários exemplos ao longo desse ano que passou.
A transformação em curso, porém, não se limita às cercanias do campus. Quando uma Instituição como a UEL mobiliza sua comunidade universitária em prol da inovação e do empreendedorismo, uma área muito maior é impactada. Uma startup da UEL retratada aqui (Mestres e doutores empreendedores: o caso Poliverde – 06/09) está sendo acelerada na Alemanha. Uma startup de egressos da UEL criou a tecnologia para um novo unicórnio brasileiro -unicórnio são as startups com valor de mercado de no mínimo 1 bilhão de Dólares (Unicórnio com pés vermelhos: unico e Arkivus – 09/08).
Se engana quem acredita que o apoio da UEL se limite a universitários e startups criadas por eles. Inúmeros projetos visam difundir tecnologia e auxiliar no desenvolvimento de novos negócios junto às pessoas mais desamparadas. Trabalho que tende a se fortalecer com a ampliação da extensão universitária por meio da inovação e também com a implantação de novas proposições.
Uma das iniciativas que mais vem trazendo resultados significativos no mundo todo é a criação de incubadoras sociais, cujo propósito é desenvolver novos negócios que tragam uma solução para um problema social. Por exemplo, fortalecer uma cooperativa de recicladores ajudando-os a gerenciar os dilemas e necessidades da organização diante de cenários adversos.
Na incubadora social os negócios não necessariamente visam lucro. Muitas vezes a entidade reverte todo o excedente financeiro em benefício da própria instituição e de seus participantes de forma igualitária. Pode haver startups? Sim, desde que a empresa resolva um problema social por meio da sua missão. Um bom exemplo são as firmas voltadas a oferecer microcrédito, prática que ganhou escala na Índia graças ao trabalho do economista Muhhamad Yunus, ganhador do Prêmio Nobel da Paz.
A inovação também pode acontecer dentro do próprio setor público a partir de ações de fomento e capacitação voltada aos servidores públicos e à sociedade em geral. Exemplos? Assunto para nossa próxima coluna ;)
*Lucas V. de Araujo: PhD e pós-doutorando em Comunicação e Inovação (USP). Professor da Universidade Estadual de Londrina (UEL), parecerista internacional e mentor Founder Institute. Autor de “Inovação em Comunicação no Brasil”, pioneiro na área.