Em um dia financeiro conturbado, o dólar fechou nesta quarta-feira em alta de 1,09%, cotado a R$ 2,97.
A principal causa da alta, de acordo com analista Joel Machado, da Century Investimentos, foi uma troca de títulos da dívida externa realizada pelo BC, no valor de US$ 1,3 bilhão.
De acordo com comunicado do Banco Central, foram emitidos US$ 500 milhões em títulos chamados Global BR-11 e outros US$ 833 milhões em Global BR-24. Os títulos foram emitidos com cupons de 10% ao ano e 8,878% ao ano.
Além da troca, o Banco Central emitiu, adicionalmente, US$ 123 milhões em Global BR-11. Essa emissão, segundo o BC, dará ao título condições adequadas de liquidez. Ainda segundo o comunicado, os novos títulos emitidos foram subscritos com US$ 452 milhões de Par Bonds e US$ 848 milhões de Discount Bonds, papéis emitidos em 1994.
Na operação concluída hoje, foram liberados US$ 490 milhões em garantias, representadas por títulos do Tesouro norte-americano e depósitos do Banco Internacional de Compensações (BIS). A operação, no total, resultou no levantamento de recursos no valor de US$ 613 milhões para o Brasil.
Apesar dos recursos adquiridos, a transação não agradou o mercado, que não considerou este o momento exato para fazer esse tipo de troca. Além disso, outro fato que influenciou no câmbio desta quarta-feira foi a repercussão internacional dos conflitos sociais que estão ocorrendo, como o dos sem-terra e dos sem-teto, o que tem afastado os investidores estrangeiros.
A redução de liquidez no mercado externo, devido às férias no hemisfério
Norte, também contribui para a trajetória de desvalorização do real. Mesmo assim, o fluxo segue favorável ao Brasil e as notícias sobre captações continuam. Nesta quarta-feira, a Cosipa divulgou oficialmente sua decisão de captar US$ 550 milhões e isso animou alguns investidores.