Economia

Tractebel e Maromba se unem para comprar Copel

25 out 2001 às 20:56

A empresa belga Tractebel e o consórcio Maromba (Votorantim Energética e Vale do Rio Doce) participarão juntos do leilão de privatização da Copel, na próxima quarta-feira, na Bolsa de Valores do Rio de Janeiro. A formação do consórcio foi anunciada pelo presidente do grupo Votorantim, Antonio Ermírio de Moraes, durante evento, na Associação Paulista de Supermercados, em São Paulo.

Antonio Ermírio aproveitou para defender o adiamento do leilão por pelo menos 15 dias. Desta maneira a Tractebel conseguiria viabilizar com mais facilidade sua participação. O governo descarta a hipótese de mudar a data.


O empresário reclamou também do preço da Copel. Antonio Ermírio considera que o preço mínimo de R$ 4,32 bilhões fixado pelo governo do Estado é inviável para que uma única empresa faça a oferta. Diante do valor, o empresário previu que dificilmente haverá ágio. "O ágio deverá ser praticamente zero", afirmou.


A Votorantim terá a menor parte na sociedade com a Vale e a Tractebel. Ela ficará com apenas 5% do negócio, pois seu objetivo é conseguir energia para abastecer a produção de cimento. A Vale do Rio Doce tem interesse em controlar a geração da Copel, enquanto a Tractebel (dona da Gerasul) ficaria com a distribuição e transmissão. O acordo entre elas está praticamente fechado.


O consórcio formado terá como concorrente apenas a Altere Participações, empresa formada pela administradora de fundos de investimentos GP Participações. A Altere também foi a terceira pré-qualificada ao lado da Tractebel e do consórcio Maromba.


A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) encaminhará hoje para a Companhia Brasileira de Liquidação e Custódia (CBLC) a relação das empresas que estão aptas para a qualificação. Oficialmente, o nome delas será divulgado segunda-feira. A Aneel analisa a concentração de mercado de cada uma.


Hoje termina o prazo para que as empresas analisem os dados financeiros e administrativos da Copel na sala de dados (data room), que foi aberta em 16 de julho. Ao todo 11 grupos se inscreveram para o data room, condição obrigatória para o leilão.

O leilão colocará a venda 58,6% das ações da Copel em poder do governo, 26,4% dos papéis do BNDES e as ações dos minoritários. A adesão dos minoritários ao leilão foi de 90%. O anúncio oficial do número de ações que os minoritários ofertarão para o governo está previsto para segunda-feira. Os papéis comprados pelo Estado vão a leilão junto com as demais ações.


Continue lendo