Desencontro entre propostas de sindicalistas marcou o primeiro dia de manifestações de funcionários da Chrysler em Campo Largo (Região Metropolitana de Curitiba). No início da manhã a Força Sindical fechou a entrada da fábrica e iniciou um piquete dos metalúrgicos por tempo indeterminado. Nesta quinta-feira de manhã haverá nova assembléia para decidir se a paralisação continua ou não.
Na segunda-feira passada, a direção mundial da Chrysler anunciou o fechamento de cinco fábricas em vários países e a suspensão da produção da picape Dakota, em Campo Largo, onde possui 250 funcionários diretos.
Diretores do Sindicato dos Trabalhadores nas Empresas Montadoras de Veículos, Motores e Chassis de Campo Largo (Sindimovec) tentam convencer os trabalhadores a voltarem ao trabalho. Eles temem possíveis retaliações da Chrysler contra os funcionários que aderirem à greve. No início da manhã houve bate-boca e um início de tumulto até que o pessoal do Sindimovec deixasse o local e a manifestação continuasse.
A legitimidade do Sindimovec vem sendo questionada na Justiça pela Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba. Segundo o diretor-geral do sindicato, Claudio Gramm, o Sindimovec foi criado para atender aos interesses da direção da Chrysler.
O presidente do Sindimovec, Helio Kiera, rebate as críticas. "O Sindimovec tem legitimidade, tanto que a Justiça determinou multa de R$ 5 mil por dia de manifestação do sindicato dos metalúrgicos na Chrysler, por isso eles trouxeram o pessoal da Força Sindical para cá."
As propostas dos dois grupos também são distintas. Enquanto a Força Sindical defendia a paralisação dos funcionários da fábrica até que seja garantida a manutenção dos empregos, o Sindimovec marcava uma reunião com diretores da empresa para discutir o futuro dos trabalhadores.
Leia mais em reportagem de Emerson Cervi, na Folha do Paraná/Folha de Londrina desta quinta-feira