Números grandiosos sobre o futuro da televisão conectada não faltam. Há projeções de que os aparelhos ligados à internet vão superar com folga a população mundial já em 2015. Esse mercado deve movimentar US$ 81,2 bilhões até 2017.
No Brasil, a contabilidade ainda é modesta, mas tem boas perspectivas de expansão. O total de aparelhos com conexão à internet ainda não chega a 2% dos 9,8 milhões televisores de telas planas vendidos no País. Ao todo, existem 200 milhões de aparelhos no mercado nacional (contando os de tela plana e os de tubo). Logo, há muito a ser feito só em renovação. A indústria sabe disso. E, no momento, as empresas já vivem a corrida por consumidores oferecendo conteúdos diferenciados.
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A televisão conectada chegou ao mercado brasileiro no ano passado. A coreana LG, por exemplo, pôs nas lojas, já alguns dias, uma versão de seus aparelhos bem mais sofisticada. Para ganhar vantagem sobre a concorrência, traz embarcados 150 aplicativos - o modelo anterior tinha apenas 15. O comprador poderá acessar, na mesma telona em que assiste à novela, locadoras de vídeos, portais de notícias, redes sociais e outros serviços exclusivos, como a programação dos cinemas pelo País. Os novos aparelhos custam entre R$ 4.199 e R$ 8.999.
"Muito em breve, o telespectador poderá, até mesmo, reservar e comprar seu ingresso de cinema acomodado no sofá. Vai fazer isso com um único toque no controle remoto, que ficou simples e prático de manusear", diz Daniel Augusto Almeida de Almeida, gerente de produtos da LG Brasil.
O serviço interativo de compra ainda está longe de se viabilizar no Brasil, mas a tela de televisão conectada à rede virtual é uma tendência irreversível. Nos modelos da LG, o telespectador pode usar o próprio celular - desde de que com sistema operacional Android - para controlar o aparelho de TV, como se fosse um controle remoto.
Batizada de Smart TV, está em linha com uma tendência global de integração de telas. "A TV foi a primeira a aparecer e está sendo a última a se conectar, mas com um cardápio de ofertas atraente", diz Almeida.
Pesquisas mostram que os hábitos de consumo de mídias traçam um caminho sem volta para a convergência, pela qual os telespectadores serão, cada vez mais, "multitarefa". Estudo encomendado pela LG constatou que 79% do público da classe AB que assiste televisão não vê exclusivamente TV. Mais que isso: o horário em que os entrevistados mais assistem TV é também o que mais acessam a internet. Logo, o consumidor quer produtos com função híbrida.
Quase todos os fabricantes têm procurando contemplar a demanda. Samsung, Panasonic e Sony vão nessa direção. A Sony foi a primeira a personalizar o conteúdo de uma emissora aberta - o SBT. Por meio de um aplicativo, o espectador acessa os vídeos que escolher a qualquer momento. As emissoras vinham resistindo a essa iniciativa, por temerem prejuízos ao faturamento com publicidade.
"Na era digital, os consumidores não querem ser reféns da programação", diz Fernanda Laurito Summa, gerente de produto da LG Brasil.