A receita das operadoras de telefonia com os serviços de valor adicionado, como mensagens e internet, atingiu R$ 2,8 bilhões no segundo trimestre deste ano, representando um avanço de 54,5% em relação ao mesmo período do ano passado. A maior competição e a maturidade dos mercados estão reduzindo a receita de voz das operadoras móveis, obrigando as empresas a encontrar nos serviços de valor adicionado novas fontes de faturamento, destaca o estudo MAVAM, elaborado pela empresa de gestão de dados Acision, divulgado em parceria com a consultoria Teleco.
A representatividade dos serviços de dados na receita das operadoras atingiu 16,3% entre abril e junho em comparação aos 11,9% do mesmo intervalo do ano passado. "Por tudo o que temos analisado, a tendência é esse porcentual aumentar cada vez mais e de uma forma ainda mais rápida", diz Rafael Steinhauser, presidente para América Latina da Acision. Os principais serviços de dados que puxam os serviços de valor adicionado são as mensagens de texto, com uma fatia de 45%, e internet, com 44%. No caso dos serviços de mensagens, cerca de 76% utilizaram SMS no últimos três meses, seguido por IM (10%), MMS (5%) e e-mail (3%).
Entre as empresas de telefonia que operam no Brasil, a Vivo é que apresenta a maior fatia de sua receita com serviços de valor adicionado, com um total de 21,6%. Isso garantiu para a Vivo no segundo trimestre um faturamento total de serviços de R$ 1,219 bilhão, um avanço de 88% sobre o mesmo intervalo de 2009. Em seguida, vem a TIM com uma receita de R$ 550 milhões, significando 13% do faturamento total do período e uma alta de 13,9% sobre o segundo trimestre de 2009. Já a Oi teve alta de 56,1% na receita de dados, que atingiu R$ 393 milhões, representando 11,6% do faturamento total da companhia no segundo trimestre deste ano. A Claro não divulga essa informação.
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O levantamento destaca ainda que a banda larga móvel já superou o acesso fixo à internet. Segundo a pesquisa, há no Brasil 13,9 milhões de acessos móveis, sendo 3,5 milhões de terminais de dados 3G e 10,4 milhões via aparelhos. Entre os que usam os aparelhos, 82% declararam ser para uso pessoal, principalmente para acesso a e-mail ou navegação na web. Por outro lado, daqueles que não utilizam a internet móvel, 61% dizem não ver a necessidade e 42% apontam que o preço é muito alto. Em termos da qualidade da internet móvel, 60% informaram considerar ótima ou boa, apesar da velocidade baixa ainda ser apontada como um problema.
"O congestionamento das redes é um dos motivos das baixas velocidades", afirma Steinhauser. Segundo ele, alguns estudos apontam que apenas 5% dos usuários podem gerar 80% do tráfego da rede, causando problemas de conexão e velocidade aos demais usuários conectados.