Com dois anos de atraso, a Microsoft, conhecida por seu domínio no desenvolvimento de softwares para PCs, apresentou nesta segunda-feira (18) o Surface, um tablet com o objetivo de competir com o iPad, da Apple, ou pelo menos conquistar uma fatia do mercado em um dos setores de maior crescimento na tecnologia.
Diferentemente de outros tablets, o Surface traz inovações inexistentes mesmo no iPad. A principal delas é capa que funciona como um teclado. Como há também um mini-tripé de suporte para o aparelho, ao ser montado, ele praticamente se transforma em um laptop ainda mais leve do que o Macbook Air.
Quando o sistema operacional Windows 8 for lançado no fim do ano, existe a expectativa de que o tablet tenha a capacidade de conseguir rodar o Office. Se este objetivo for atingido, o tablet terá uma enorme vantagem comparativa em relação ao iPad especialmente para pessoas que queiram usar o aparelho para trabalhar.
Por enquanto, não há definição de preço ou data exata para o lançamento. O mais provável é que o custo seja similar ao dos concorrentes e as lojas comecem a vender duas versões, no outono, com 32 e 64GB usando o Windows RT. O Surface de 128 GB viria mais tarde, apenas depois de o Windows 8 ser implementado. Uma das versões terá o chip da Intel. Outra virá com o ARM Holdings.
"Nós acreditamos que qualquer interação entre os seres humanos e as maquinas podem ser feitas apenas quando toda a experiência - hardware e software - trabalham juntas", disse o CEO Steve Ballmer ao apresentar o produto em Los Angeles. A declaração é irônica pois foi sempre a Apple, e não a Microsoft, que manteve a tradição de fabricar ambos.
O lançamento é do Surface é um divisor de águas para a empresa fundada por Bill Gates. A Microsoft historicamente se concentrou no desenvolvimento de softwares, deixando a parte do hardware para outras empresas como a Dell, a Sony e a Hewlett Packard. Praticamente o único aparelho de sucesso foi o videogame Xbox.
Atualmente, a Apple domina o mercado dos tablets com 62,5% das vendas. Os aparelhos que usam o sistema operacional Android, da Google, tem 36,5%. O mercado deve crescer 54,4% neste ano, com 107 milhões e unidades vendidas. Já no setor de PCs, onde a Microsoft é mais forte, haverá uma elevação de 5% para um total 383 milhões de computadores.