Após cerca de seis horas fora do ar, as redes sociais do Facebook, que incluem WhatsApp e Instagram, voltaram a funcionar com instabilidade no início da noite desta segunda (4).
Alguns usuários relatam ter conseguido retomar acesso às plataformas, enquanto outros ainda dizem que o sistema está fora do ar, ou apresentando muita lentidão.
O apagão afetou usuários em diversas partes do mundo. Além do Brasil, usuários de Portugal, Reino Unido, Índia e Estados Unidos também reclamam.
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O sinal de alerta veio dos próprios usuários que, por volta das 12h (no horário de Brasília), começaram a reclamar que havia instabilidade em todas as redes da empresa.
Um pico de queixas foi registrado pelo site Downdetector por volta das 13h nas três redes sociais -todas de propriedade do Facebook. Foram, então, cerca de 50 mil reclamações contra o WhatsApp, 14,5 mil contra o Instagram e 7.200 contra o Facebook, de acordo com o Downdetector.
A instabilidade levou o WhatsApp ao primeiro lugar nos assuntos do momento no Twitter. Também se destacaram entre os temas mais abordados o aplicativo de mensagens Telegram, concorrente do WhatsApp, e Zuckerberg (em referência a Mark Zuckerberg, um dos fundadores e presidente-executivo do Facebook).
Em um dia que já era complicado no mercado financeiro, com as principais pregões do mundo recuando, a empresa foi penalizada. Enquanto Nasdaq, que reúne empresas de tecnologia, fechou com queda de 2,14%, as ações do Facebook encerraram o dia com retração de 4,89%.
Os papéis do Facebook já recuaram cerca de 15% desde 14 de setembro, quando o Wall Street Journal passou a publicar reportagens que sustentam que a companhia sabia que o Instagram é potencialmente danoso para a saúde mental de meninas adolescentes. Antes das revelações, as ações da empresa acumulavam alta de 37,83% neste ano.
Tanto os aplicativos quanto as versões desktop das redes apresentam instabilidade, assim como a página institucional do Facebook. A plataforma interna de comunicação da empresa, Workplace, também saiu do ar, segundo o jornal americano The New York Times.
O Facebook teve que recorrer ao Twitter para dar as primeiras informações. Em seu perfil oficial na rede concorrente, o Facebook publicou que "algumas pessoas estão tendo problemas para acessar nossos apps e produtos". A empresa afirmou que está "trabalhando para que as coisas voltem ao normal o mais rápido o possível" e que pede desculpas pela inconveniência.
O chefe de tecnologia do Facebook, Mike Schroepfer, também se desculpou com usuários no Twitter. "Nós estamos experimentando problemas de conexão e os times estão trabalhando o mais rápido possível para resolver e restaurar [os sistemas] o mais rápido possível", escreveu.
Também no Twitter, o WhatsApp escreveu que está ciente dos problemas e que está trabalhando para resolver o problema. O Instagram publicou que está com dificuldades e que está trabalhando nisso.
Ainda não se sabe a causa da queda, mas o jornal New York Times, por meio de fontes do departamento de segurança do Facebook que quiseram anonimato, sustenta que a possibilidade de um ataque hacker é improvável.
Ainda conforme o jornal americano, a empresa afirmou a funcionários pela manhã que a causa do problema era desconhecida. Para contornar a queda, eles estariam usando o Zoom para se comunicar.
Uma das hipóteses, segundo o site The Verge, especializado em cobertura de tecnologia, é que "o problema é aparentemente" o DNS (Domain Name System, ou Sistema de Nomes de Domínio). A sigla denomina um sistema que registra os nomes do site e os seus endereços IP -que são um número identificador.
Quando um usuário digita o site no qual deseja navegar, por exemplo, é esse sistema o responsável por traduzir o que foi digitado para o endereço IP e permite o acesso.
O presidente-executivo do Twitter, Jack Dorsey, aproveitou para tirar sarro da situação. Em seu perfil, retuítou uma imagem do domínio facebook.com à venda, decorrente em tese da hipótese do problema de domínio, perguntando "Quanto está?". O post viralizou.
A queda generalizada ocorre em um momento que já é de pressão para a empresa. Desde o começo de setembro, o Wall Street Journal tem publicado reportagens baseadas em documentos internos do Facebook que o jornal diz ter recebido. O veículo sustenta, por exemplo, que a companhia estava ciente desde 2019 de que o Instagram, rede social da qual é dona, é potencialmente danoso para a saúde mental de meninas adolescentes.
Além das reclamações, usuários no Twitter fizeram memes com a instabilidade.
No fim da tarde, outras plataformas começaram a apresentar problemas.
O aplicativo de comunicação Telegram, alternativa ao WhatsApp, também registrou reclamações dos usuários. Na plataforma Downdetector, que registra reclamações de instabilidade nos serviços virtuais, o Telegram registrou um pico de reclamações às 15h08, com 1.097 notificações de problemas para usar o aplicativo, mas a curva de reclamações entrou em queda na sequeência.
O Telegram era o segundo assunto mais comentado do Twitter no Brasil na tarde de segunda-feira, só perdendo para o WhatsApp.
No caso do app, o problema parece ser mais de instabilidade por excesso de usuários, e não uma queda generalizada. No Twitter, usuários confirmam que estão conseguindo usar a rede ou que conseguiram voltar a utilizá-la após um tempo, enquanto outros ainda reclamam da falta de acesso.
Novos usuários tiveram dificuldade para conseguir se cadastrar no aplicativo. O SMS enviado para confirmar a veracidade da conta demorava para chegar, e alguns receberam uma mensagem de erro ao tentar várias vezes fazer o cadastro.
O TikTok também teve aumento nas reclamações reportadas ao Downdetector, mas com pico menor. Eram 37 reclamações às 15h29.
Atualizada às 19h30.