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Fazendo mais com menos

Aéreas apostam em inovação para ganhar eficiência

Agência Estado
14 set 2015 às 11:17

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Tratores elétricos para carregar bagagem, tablets para mecânicos aeronáuticos e aplicativos capazes de prever que o passageiro vai perder o voo e trocar a passagem. Esses são alguns exemplos de tecnologias que as empresas aéreas brasileiras estão usando como aliadas na corrida para aumentar a eficiência e tentar recuperar a rentabilidade.

O setor aéreo opera tradicionalmente com margens apertadas, mas, neste ano, ficou ainda mais difícil ser lucrativo no Brasil. Com cerca de 60% das despesas em dólar, as empresas aéreas nacionais vêm sofrendo um choque de custos e, ao mesmo tempo, sentem a demanda esfriar diante da recessão.

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A ordem para os gestores é encontrar oportunidades de fazer mais com menos. Só o grupo Latam, dono da TAM, pretende reduzir em US$ 650 milhões o seu custo anual até 2018. Além de um corte de 10% na malha nacional e de 2% na equipe, a inovação é outra frente da TAM para ficar mais eficiente.

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A TAM montou um programa de batalhas entre gerentes para buscar inovação dentro de casa. Ideias como mudanças no procedimento para viagens dos executivos e a troca do aspirador de pó dos aviões já renderam economia de R$ 5 milhões ao ano. "Os nossos técnicos ficavam muito isolados no seu nicho. Percebemos que tínhamos de fazê-los trabalhar juntos", disse o vice-presidente de operações da TAM, Ruy Amparo.

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Atualmente, os 80 gerentes da companhia estão debruçados na próxima batalha, que tem como meta economizar R$ 10 milhões no orçamento de 2016.


Já a Azul trocou alguns treinamentos presencias por cursos a distância e poupou 78% do custo da área. "Discutimos cada centavo e assim economizamos R$ 100 milhões este ano sem demitir", disse o presidente da Azul, Antonoaldo Neves.

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Combustível


O investimento em tecnologias que tragam redução do consumo de combustível, insumo que responde por 40% do custo do setor no País, é uma das principais frentes de inovação das empresas aéreas. A Gol trouxe em agosto um componente para seus aviões de maior alcance, os Boeing 737-800, capaz de reduzir em 1% o combustível gasto no voo. Trata-se de um winglet (uma espécie de aba de fuselagem) que vai na parte inferior da asa.

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"Os aviões da próxima geração da Boeing, os 737 MAX, virão da fábrica com essa tecnologia. Mas antecipamos em três anos a inovação na frota da Gol", disse o diretor executivo de Operações da Gol, Sergio Quito. A meta é instalar o componente em 15 aviões - sete ainda este ano.


Na mesma linha, a TAM vai economizar R$ 450 mil este ano com a substituição de veículos a diesel que carregam as bagagens até o avião por modelos elétricos. A inovação foi implementada para atender a uma exigência do Aeroporto de Guarulhos no novo Terminal 3, mas a empresa decidiu trocar a frota de outros aeroportos ao constatar que a opção era mais econômica.

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A TAM já tem 38 tratores elétricos em uso e vai receber mais 25 até o fim do ano. Até 2019, 40% dos carrinhos de bagagem da empresa serão substituídos por veículos elétricos.


A maioria dos projetos para corte de custo de setores diversos inclui evoluções tecnológicas, explica o diretor executivo da Accenture Strategy, Matthew Govier. "Isso requer decisões de investimento, que são complicadas em tempos de crise. "A solução é transferir recursos mal empregados pela companhia para os projetos que gerem eficiência."

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Digital


Todas as empresas aéreas estão investindo em aplicativos e totens nos aeroportos para facilitar o autoatendimento - e reduzir a necessidade de atendentes. "Isso é estratégico. Conseguimos embarcar mais passageiros com a mesma quantidade de pessoas no balcão sem gerar filas", disse o presidente da Azul. Hoje, 52% dos clientes da companhia fazem o check in fora do balcão, número que era de 30% há um ano e meio.


As empresas estão acrescentando funcionalidades a seus aplicativos. O app da Gol passou a ter geolocalização em fevereiro e a avisar quando o cliente está adiantado ou atrasado para o voo e permitir que ele troque a passagem. Até agosto, 98 mil trocas foram feitas no APP.

O próximo passo é levar os dispositivos móveis para a mão dos funcionários, conta Neves. A Azul já comprou tablets para os mecânicos de três aeroportos. "Eles não terão de sair da frente do avião para consultar o manual. Isso reduz o tempo de serviço e do avião parado", diz. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.


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