Economia

Tarifas de água estão fora do índice de inflação

03 dez 2001 às 17:24

A Sanepar está utilizando um índice errado de inflação para justificar os reajustes nas tarifas de água. No dia 1º, a tarifa mínima foi reajustada em 12,8%, e terá novo aumento de 5,8% em março de 2002.

A companhia alegou que o Índice Geral de Preços de Mercado (IGP-M) acumulado desde 1994 até outubro deste ano era de 219,36%, sendo que a água havia aumentado apenas 144,08% no período. Porém, de acordo com o Departamento Intersindical de Estudos Sócio-Econômicos (Dieese), o IGP-M no período foi de apenas 137,99%.


"Fomos observar que eles estavam levando em conta a inflação de julho de 1994 em cruzeiros reais, que foi de 40%", relatou o economista do Dieese, Cid Cordeiro. Segundo ele, a inflação em reais naquele mês foi de apenas 4,34%, e era esse percentual que deveria ser considerado. "Fazendo as contas certas, a inflação do período foi de 137,99%, aquém dos reajustes da Sanepar", observou.


A Sanepar, através da assessoria de imprensa, confirmou que o IGP-M utilizado pela empresa é o índice oficial de reajuste de preços. A empresa disse que precisa ter receita suficiente para poder dar garantia aos financiadores de que vai poder pagar os recursos emprestados. Segundo a companhia, a única forma de arrecadação é com as tarifas, e por isso é preciso que ela seja compatível com os investimentos. A empresa alega também que as despesas financeiras subiram 87,25% por causa das taxas de juros altos e pela alta do dólar.

Leia mais na reportagem de Rosana Félix, na edição desta terça-feira da Folha de Londrina/Folha do Paraná


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