Economia

Sucesso de recursos do BNDES para transição energética depende de adaptação do capital humano

23 jan 2024 às 16:28

A Diretoria de Infraestrutura, Transição Energética e Mudança Climática do BNDES aprovou em 2023 nada menos que R$ 57,4 bilhões em recursos disponíveis para projetos de infraestrutura e em transição energética. Trata-se de um valor 24% maior ao contabilizado no ano anterior e o maior dos últimos cinco anos. A expectativa agora é de que os investimentos aumentem ainda mais em 2024, mas é preciso capacitar capital humano para ter sucesso com investimentos.

A transição enérgica consiste no abandono progressivo ou transformação de atividades econômicas com peso negativo para o clima e a sociedade para dar espaço a modelos que estejam relacionados a uma economia sustentável. Segundo Sergio Andrade, cientista político e diretor da Agenda Pública, a preparação para lidar com esse período de mudança é importante. “A transição para uma economia sustentável e com impacto neutro no clima exigirá esforços e investimentos substanciais. No Brasil, o desafio se soma ao esforço de adaptação ao quadro de reorganização das cadeias produtivas globais e de adaptação do capital humano à nova realidade da economia, intensiva em conhecimento”, afirma.



O entendimento atual do BNDES é de que o Brasil tem priorizado o tema da transição energética, mas ainda é necessário mais investimentos em infraestrutura. Os principais gargalos estão nas áreas de mobilidade, logística e saneamento. O cientista político ainda lembra que muitos Estados e municípios por todo o país têm forte dependência de atividades econômicas que devem perder espaço ou passar por mudanças profundas em seus modelos de produção.

Por conta disso, é importante que os governos atuem para diversificar as suas economias. “Estruturas produtivas baseadas em energia não-renovável, bem como indústrias com utilização intensiva de carbono, como cimento, aço, alumínio, fertilizantes, petróleo e gás ou produção de papel, constituem um desafio significativo para os territórios que dependem fortemente de tais atividades. Isso exigirá novos instrumentos locais para impulsionar o desenvolvimento econômico”, finaliza.

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