Economia

Siemens busca fornecedores nacionais

17 jul 2001 às 19:40

A flutuação livre do dólar no mercado brasileiro fez uma das maiores empresas do setor de telecomunicações mudar sua estratégia de atuação no País. A Siemens do Brasil deu mais um passo para aumentar a nacionalização dos seus produtos pelo menos em 25%. A meta é reduzir a importação de componentes para equilibrar sua balança comercial, o que deverá levar um prazo de quatro anos. Para atingir o equilíbrio, será necessário diminuir pela metade o volume de importação.

Uma das estratégias adotadas para aumentar a nacionalização tem sido a apresentação do seu programa para possíveis fornecedores nacionais, que poderiam substituir os estrangeiros. Empresas que podem vir a se tornar fornecedoras foram convidadas para conhecer a proposta da Siemens.


A apresentação foi feita na fábrica de Curitiba pelo presidente da Siemens do Brasil, Herman Wever. "Queremos engajar os empresários brasileiros para que o saldo da balança comercial da Siemens seja melhor", convocou Wever, diante de uma platéia formada por cerca de 100 executivos, a maioria de São Paulo, Rio Grande do Sul e Paraná.


O presidente da Siemens do Brasil lembrou que a indústria nacional padeceu durante o período de equiparação da moeda brasileira com o dólar, entre julho de 1994 até janeiro de 99. "A Siemens foi prejudicada pelo real sobrevalorizado. Perdemos muitos fornecedores nacionais, na época", disse Wever. São essas empresas que a Siemens quer recuperar, livrando-se dessa maneira, dos custos de importação.


A Siemens importa de países europeus e Estados Unidos o equivalente a US$ 300 milhões por ano, enquanto exporta US$ 150 milhões. O plano é chegar em 2005 com a balança comercial equilibrada em US$ 400 milhões.


A lista dos produtos que podem ser nacionalizados tem 476 itens. Os componentes são dos grupos mecânicos e eletromecânicos, eletrônicos passivos, eletrônicos ativos e equipamentos de informática. Hoje a Siemens desembolsa US$ 80 milhões em produtos e componentes importados que podem, em curto prazo, serem reduzidos para US$ 20 milhões por ano.

Com fábricas em Curitiba, São Paulo e Manaus, a Siemens fechou o ano passado com faturamento de R$ 2,4 bilhões. O lucro líquido antes do Imposto de Renda foi de R$ 138,3 milhões, o que representou 5,6% sobre as vendas.


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