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Governador aumentou imposto

Setor produtivo do PR se articula em manifesto contra alta do ICMS de Ratinho Jr.

Simoni Saris - Grupo Folha de Londrina
19 dez 2023 às 16:00

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- Divulgação/AEN
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Entidades representativas do setor produtivo paranaense divulgaram, na última segunda-feira (18), um manifesto pedindo que o governador Ratinho Junior reconsidere o aumento da alíquota modal do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) no Estado, aprovado na semana passada pela Assembleia Legislativa do Paraná. Com a supressão do artigo 131 do texto da Reforma Tributária, ACP (Associação Comercial do Paraná), Faciap (Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Estado do Paraná) e Fiep (Federação das Indústrias do Estado do Paraná) defendem que não há mais razão para o governo do Estado insistir na majoração do imposto com o intuito de evitar a perda futura na arrecadação.

O Paraná foi uma das unidades federativas do Brasil que se apressaram para propor a alta do ICMS, sob a justificativa de que com a aprovação da Reforma Tributária pelo Congresso Nacional, o Estado teria direito a uma fatia menor na partilha do bolo tributário mais à frente. Os governadores que ingressaram na corrida pela elevação da alíquota do imposto utilizavam como argumento o artigo 131, que tratava da distribuição do produto da arrecadação do IBS (Imposto sobre Bens e Serviços) pelos estados, municípios e Distrito Federal. O IBS foi planejado para substituir o ICMS e o ISS (Imposto Sobre Serviços).

O parágrafo segundo do artigo 131 previa uma transição de 50 anos a partir do fim do ICMS e do ISS. Para os estados não serem prejudicados até o término do prazo de transição, eles teriam direito a uma fatia correspondente à média da arrecadação no período de 2024 a 2028. Essa foi a principal justificativa usada por Ratinho Junior para defender a alta do ICMS paranaense, de 17% para 19,5%, fazendo com que o Estado tenha uma das maiores alíquotas do país.

Nos últimos dias, o governador do Paraná e o secretário estadual do Planejamento, Guto Silva, chegaram a afirmar publicamente que se a Câmara dos Deputados, em Brasília, excluísse o artigo 131 do texto da Reforma Tributária, a decisão de aumentar o ICMS no Estado poderia ser revista. Na última sexta-feira (15), o relator da Reforma, o deputado federal Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), suprimiu o artigo, mas até o momento o governo paranaense não sinalizou qualquer recuo. Com a extinção do artigo 131, o marco temporal que valerá para a divisão dos tributos arrecadados deverá ser definido por Lei Complementar a ser votada no ano que vem.

A lei que prevê o aumento do ICMS paranaense foi sancionada e publicada por Ratinho Junior na última segunda-feira e terá um prazo de 90 dias para entrar em vigor, o que irá acontecer a partir de abril de 2024.

“A gente sempre falou que não justificava o governo se antecipar à Reforma. A gente já tinha a informação de que o Aguinaldo Ribeiro estaria articulando a retirada do artigo e no relatório votado na semana passada, foi retirado. Então, o motivo que primeiro justificou o aumento da alíquota, hoje não existe mais”, afirmou o diretor da Fiep e coordenador do Conselho Temático de Assuntos Tributários da Federação, Guilherme Hakme. “O Guto Silva deu entrevista dizendo que se o artigo fosse suprimido, o governo não teria nenhum problema (em recuar), mas a gente está vendo que isso não está acontecendo.”

No manifesto, as entidades do setor produtivo voltaram a reforçar que com o aumento da alíquota, o Paraná irá perder competitividade e deixará de ser atrativo para a instalação de novas empresas. O Estado tem agora a maior alíquota da Região Sul e, entre os estados do Sudeste, só fica atrás do Rio de Janeiro, com taxação de 20%, e se iguala ao Espírito Santo, onde o aumento para 19,5% também foi aprovado recentemente.


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Manifesto do setor produtivo pede que governador reavalie alta do ICMS
Documento foi elaborado após decisão da Câmara Federal de suprimir artigo da Reforma Tributária usado como justificava para alta do imposto
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