Iniciado oficialmente no dia 26 de maio de 1995, com a inauguração da Vila Rural Nova Ucrânia, em Apucarana, o programa de vilas rurais do governo do Paraná se espalhou por todo o Estado. Atualmente são 391 unidades em funcionamento. De acordo com a Companhia de Habitação do Paraná (Cohapar), já foram investidos R$ 180 milhões e está prevista a destinação de mais R$ 8 milhões para o término de 18 unidades em construção e a implantação do projeto de mais três. No total, são beneficiadas mais de 16 mil famílias.
Idealizada principalmente para melhorar o padrão de vida do bóia-fria, que, além da casa para morar, teria uma área de quase 5 mil metros quadrados para formar pequena roça e horta para subsistência, enquanto continuava a trabalhar fora, a vila rural, em alguns casos, tornou-se a principal fonte de renda dos vileiros. De acordo com dados disponíveis da Empresa de Assistência Técnica e Extesão Rural (Emater/PR), em 2000 a produção das vilas superou as 5 mil toneladas de grãos e fibras. A receita bruta foi de aproximadamente R$ 2,4 milhões, incluindo outros produtos, desde hortaliças, artesanato até produção animal.
Para Fernando Antônio Martin, secretário da Agricultura de Apucarana, os resultados decorrem da mudança de conceito da vila rural, que visava amparar o bóia-fria, com casa e local para produzir alimentos para sua subsistência. Mas como diminuiu a absorção de mão-de-obra no meio rural, a alternativa é explorar intensivamente o pedaço de terra, com projetos e geração de renda. Segundo ele, há famílias que conseguem R$ 500,00 por mês só com a venda de olerícolas para a prefeitura, que destina os alimentos para a merenda escolar. ‘Além de produtor, pelo novo conceito, o bóia-fria está se transformando em comerciante’, afirma Martin.