Os consumidores brasileiros poderão contar com uma variedade de tomate com redução significativa nos níveis de agrotóxicos. O chamado tomate ecologicamente cultivado (Tomatec), produzido por agricultores orientados pela Empresa Brasileira de Pesquisa e Agropecuária (Embrapa), com a parceria do Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (INCQS) da Fiocruz. O Tomatec deve chegar em breve ao mercado.
Segundo os pesquisadores, o tomate convencional é suscetível a pragas, o que faz com que tradicionalmente seu cultivo seja cercado de cuidados e exigências extremas, sendo comum a aplicação excessiva de agrotóxicos. "Para que se tenha uma idéia, até o momento, em torno de cem deles são permitidos no plantio do tomate", explica Armi Wanderley Nóbrega, engenheiro químico e coordenador do grupo do INCQS.
O excesso de defensivos causa diferentes problemas de saúde pública no meio rural, como o surgimento de alergias, alterações imunológicas, genéticas, malformações congênitas, câncer, efeitos sobre o sistema nervoso, entre outros. Além de contaminar o meio-ambiente - sobretudo do solo e da água - nos arredores de onde se planta o tomate.
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Diante desse quadro, ambientalistas têm valorizado alternativas como a cultura orgânica, que não utiliza produtos químicos. O tomate orgânico, no entanto, apresenta alto custo na produção, sendo de duas a três vezes mais caro que o tradicional. "O Tomatec deverá ter um preço intermediário entre o tomate tradicional e o orgânico", esclarece Nóbrega.
A nova técnica de plantio do tomate prioriza a conservação do solo e da água, pratica o chamado manejo integrado de pragas (técnica que somente lança mão de produtos, naturais ou químicos, quando a infestação da praga atinge o chamado "nível de dano econômico") e faz o ensacamento das pencas de tomate. "Essa é a grande inovação: os sacos isolam o fruto, protegendo-o quando há a necessidade de aplicação de agrotóxicos", diz Macedo.