A produção de soja está atravessando sem problemas a estiagem que já dura mais de 60 dias e afeta parte da agricultura paranaense. De acordo com a estimativa mensal divulgada nesta terça-feira pela Secretaria Estadual da Agricultura e do Abastecimento, o Paraná deve produzir 9,5 milhões de toneladas do grão, avaliadas em R$ 3,4 bilhões.
Estimulada pelo mercado, a soja tomou parte da área antes plantada com milho, cuja produção total atingiu 12,53 milhões de toneladas em 2001. Este ano, por causa da redução de área e dos efeitos da estiagem sobre o cereal da segunda safra (milho safrinha), a produção geral deve ficar em 9,62 milhões de toneladas, o que representa uma queda de 20,3%.
O milho safrinha é a mais afetada das lavouras paranaenses. São quase 900 mil toneladas a menos que a previsão inicial e um prejuízo de R$ 187,5 milhões. "Além do capital que deixa de circular no campo e gerar empregos, preocupa também o abastecimento interno", comentou o diretor do Deral. O motivo da preocupação é a redução da área plantada também em outros Estados e a quebra verificada na safra de verão colhida no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina.
A produção de feijão da seca, no qual o Paraná se destaca como primeiro produtor nacional, também está comprometida. São 34,8 mil toneladas a menos (queda de 20,2% com relação à safra anterior) e um prejuízo estimado em quase R$ 31 milhões.
Na lavoura de café, cujos grãos estão amadurecendo precocemente por causa da falta de chuva, a avaliação aponta para uma quebra de 2,5 mil toneladas (2,3% a menos) e perdas em dinheiro próximas de R$ 3,2 milhões.
O desenvolvimento da triticultura ainda não preocupa porque ainda restam alguns dias para o início do plantio. A previsão é de que sejam plantados 998 mil hectares e colhidos até 2,4 milhões de toneladas de trigo.