O Sindicato da Indústria do Trigo do Estado de São Paulo prevê um aumento de 10% a 15% no preço da farinha de trigo por causa do reajuste de 15% no preço do trigo argentino. O presidente do sindicato, Ricardo Ferraz, atribuiu a alta de preço ao fato de a Argentina ser hoje o principal fornecedor ao Brasil, respondendo por 96% das importações.
O presidente da Associação Brasileira de Trigo (Abitrigo), Roland Guth, disse ontem que cada moinho tem sua política de preços, sem interferência do sindicato. No entanto, lembrou, o período é de entressafra para o trigo e os preços da farinha acompanham as variações da matéria-prima. A indústria moageira pediu a liberação da Tarifa Externa Comum (TEC) de 11,5% que incide sobre o trigo comprado de outros países fora do Mercosul, medida já descartada pelo governo.
Os moinhos, porém, insistem na liberação de novas fontes de abastecimento de trigo. Hoje, para as importações de trigo, o Brasil tem acordo fitossanitário somente com os países do Mercosul, EUA e Canadá. O sindicato da indústria paulista quer a liberação das importações de trigo da Alemanha, França, Ucrânia e Casaquistão.