Técnicos da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento continuam monitorando a incidência de raiva bovina, doença transmitida pelas mordidas dos morcegos hematófagos contaminados. Até sexta-feira (20) foram notificados 22 casos no Paraná, distribuídos principalmente na região Norte do Estado.
Dos números comunicados à secretaria, 18 casos foram em bovinos, dois em equinos, um em mula. "O importante é que os produtores adotem medidas preventivas para que possamos combater e acompanhar esses focos", alerta a médica veterinária Elzira Jorge Pierre, responsável pela área de raiva do Departamento de Fiscalização e Defesa Agropecuária (Defis).
Entre as medidas está a notificação dos casos aos Núcleos Regionais da secretaria e às Unidades Locais de Sanidade Animal e Vegetal (ULSAV) para que se possa acompanhar a evolução da doença nos animais. E em caso de morte, realizar a coleta do material para diagnóstico.
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Os proprietários dos animais também devem informar sobre a existência de abrigos de morcegos hematófagos, que podem ser bueiros, casas abandonadas, ocos de árvores, cavernas e outros locais. "O Defis dispõe de equipes treinadas para esse trabalho. Elas são imunizadas contra a raiva antes de executar o trabalho de captura e monitoramento dos morcegos, que é uma das ações recomendadas pelo Ministério da Agricultura para o controle da doença", diz Elzira.
VACINAÇÃO - Paralelamente a isso, o produtor deve vacinar seu rebanho contra a raiva bovina. A doença não tem cura e, uma vez contaminado, o animal morre. A doença pode ser transmitida de animais para humanos, levando-os à morte.
Nos animais de criação a vacinação é feita a partir dos três meses de idade, com reforço após 30 dias, e depois uma vez por ano. Proprietários das áreas próximas onde tenham sido identificados casos de raiva bovina devem vacinar seus rebanhos e também animais domésticos. "Embora a vacina não seja obrigatória no Estado todo, ela é recomendada nas regiões endêmicas. É uma vacina de custo baixo e bastante eficaz", esclarece Elzira Pierre.
No caso das pessoas que tiveram contato com animal positivo para a raiva, é feita a notificação à Secretaria da Saúde, que avaliará a necessidade ou não de vacinação pós-exposição.
Os primeiros sintomas apresentados pelos bovinos infectados são perda de apetite, salivação, inquietação e mudança de hábitos, isolando-se dos demais animais do rebanho. O vírus acaba paralisando os membros posteriores dos animais, o que causa dificuldade de locomoção.