O Paraná colheu 35 mil toneladas de produtos orgânicos na safra 2000/2001, 57% a mais que no período anterior. De toda essa produção, as olerícolas participaram com 3 mil toneladas. O crescimento decorre da expansão da área plantada e dos ganhos de produtividade proporcionados pela incorporação tecnológica – avanços que refletem o esforço do produtor para corresponder a uma relativamente nova tendência de consumo.
Segundo acompanhamento da Emater, a demanda por vegetais orgânicos cresce em média 40% ao ano. O cultivo de vegetais orgânicos vem ganhando importância na agricultura paranaense. Eles fazem parte dos 1,6 milhão de toneladas colhidas na última safra pelos cerca de 33 mil agricultores que dedicam à atividade 82 mil hectares. No período, o valor da produção atingiu R$ 562 milhões.
"Vamos expandir a atividade, mas em bases realistas", diz o presidente da Associação dos Produtores Agrícolas de Colombo (Apac), Cezar Augusto Lovato. Seguindo as orientações dos técnicos da Emater, os produtores também estão aprendendo a administrar a propriedade em regime de empresa para potencializar o uso da mão-de-obra familiar.
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A associação dos produtores de olerícolas reúne cem associados, que são responsáveis pela produção de 120 mil toneladas por mês. A produção ajuda a abastecer a região de Curitiba e diversos supermercados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina.
Aproximadamente 70% das propriedades olericultoras estão espalhadas pelas zonas rurais de municípios da Região Metropolitana de Curitiba, como Colombo e São José dos Pinhais. As demais localizam-se em torno de grandes centros como Londrina, Maringá e Cascavel.
Em todas as propriedades são cultivadas principalmente tomate, repolho, couve-flor, cenoura, alface, pimentão, pepino, feijão-vagem, batata-salsa, batata-doce e batatinha – algumas das olerícolas mais comuns no Paraná entre as 80 conhecidas.
A remuneração do produtor é satisfatória. "Em termos de renda, um hectare de tomate equivale a seis de soja", exemplifica o agrônomo responsável pelos setores de olericultura e agricultura orgânica da Emater, Iniberto Hamerschmidt.
O raciocínio é simples. Como um hectare de tomate produz em média 50 toneladas de tomate e esse produto alcança um preço médio ao produtor de R$ 0,40/quilo, a renda bruta é de R$ 20 mil, dos quais até R$ 10 mil cobrem os custos de produção. A diferença é a margem de lucro líquido do olericultor.
Com a soja é diferente, já que o retorno econômico da cultura está relacionado à produção em grande escala. Em um hectare plantado com o grão, podem ser colhidos em média 3 toneladas, equivalentes a 50 sacas. Como uma saca custa R$ 25,00, a renda bruta corresponde a R$ 1,3 mil.